TEMA: A FILOSOFIA DA LIBERTACAO EM AFRICA
Autor: Armindo
Armando
(Licenciando
em Filosofia)
Universidade
Pedagógica de Moçambique
Supervisor:
dr. Cândido Pires et Mcs. Tiago Tendai Chingore
(Universidade
Pedagógica de Moçambique)
Introdução
Africa,
tem uma historia que é inolvidável na memoria dos africanos, que é do seu
envolvimento da tendência da evolução social, colocando na perspectiva de
dominado, pois foi uma das mãos-de-obra mais preferencial na europa, pela sua
capacidade de trabalho, no entanto, mesmo depois da abolição da escravatura em
1836, as saídas clandestinas continuaram e a exploração continuou, entretanto,
actualmente há enorme vinculação das políticas na era da globalização, em que
muitos são objecto do mesmo e poucos são mentores. Com o artigo, não se
pretende esgotar todo debate relativo a libertação em Africa ou independência
da Africa, mais sim trazer um debate do cunho filosófico na perspectiva
moderna, nela que se corresponde melhor na filosofia da libertação, com este,
preocupa-se em perceber será que africa já tem a independência que sempre
sonhou? Através da filosofia da libertação nos seus pressupostos teóricos,
compreenderemos tal fenómeno, o artigo esta organizado em dois capítulos, onde
faz-se abordagem do perfil do filósofo da libertação: Enrique Dussel assim como
abordagem das aproximações da filosofia de libertação e africa.
Filosofia da Libertação
e Africa
A
filosofia da libertação, tal como outros movimentos e correntes de pensamento,
tiveram os seus impulsionadores, dos quais são caracterizados pela vigência de
modo como se notabilizaram nas suas ideologias, entretanto, o pensamento mais
notório da filosofia da libertação, é representado por Enrique Dussel, todavia,
antes porem é necessário conhecer o perfil do autor.
CAPÍTULO I: VIDA E
OBRAS DE ENRIQUE DUSSEL
1.1 Vida
de Enrique Dussel
Enrique
Dussel [1],
nasceu em La Paz, em Mendonça na Argentina, no dia 24 de Dezembro de 1934, numa
aldeia pobre, filho de pai médico (Positivista Conservador) e mãe doméstica
líder envolvida em causas sociais. (Dussel, 2008:23).
Em
1940, seu pai foi despedido do hospital em que trabalhava e foi para Buenos
Aires, onde Dussel cursou o primário. Em 1945, o seu pai opositor de Peron que
foi elevado ao poder com a consequência da revolução de 1943, facto que
determinou o regresso a Mendonça, onde teve Dussel a sua juventude fértil,
tornando-se alpinista. (Idem)
Dussel,
militou na ação católica, com 15 anos de idade, já mostrava o interesse na área
do humanismo, isto é, mostrava o interesse com o próximo no campo social,
cursou a filosofia tradicional em cinco (05) anos sobre tudo a terceiro da
escolástica, onde foi obrigado a conhecer o Grego, Latim, a sua vida acadêmica
era por militância política. Ingressou na universidade de Cuyo e militava em
movimentos políticos, fundou a Federação Universitária do Oeste (FUO), foi
presidente do Centro de Filosofia e Letras, cursou a filosofia tradicional.
(Dussel 2008: 19)
Dussel,
licenciou-se aos 23 anos de idade (1957) na qual acha que a mentalidade
colonial Latino-Americana impelia a experiência europeia, portanto, partiu para
Espanha com uma bolsa de estudos numa viagem que durou 24 dias, passou por
Montevideo, Santos, Recife, Dakar e Marrocos, descobrindo assim o mundo da
periferia que não tinha em sua consciência. (Idem)
Em
1959, volta a Espanha, termina o seu doutoramento na mesma linha escolástica
tradicional, no qual a sua tese sobre o bem comum, homenageava aos que detém a
sua realidade por vias lícitas, assim citando expressão bíblica “bem
aventurados os pobres”. (Idem) Em 1968, volta a Mendonça para leccionar a Ética
na Universidade Nacional de Cuyo.[2]
1.2 Análises
Teóricas das Obras de Dussel
Formado
em Filosofia Tradicional, as suas obras versam a realidade de uma abordagem
específica que lhe possibilita a retratar a sua tese do doutoramento na qual
versa do problema do bem comum.
1.2.1
O Encobrimento do Outro.
Em
1994, publica os seus escritos das conferências proferidas das suas palestras
na obra: O Encobrimento do Outro, no qual mostra o seu posicionamento face a
modernidade, onde avança que a modernidade não existiu no seu contexto, isto é,
ela visava a emancipação do homem tal como acredita Habermas, todavia, com a
expedição de 1492, Dussel considera que o encontro entre os povos não foi de
reconhecimento, mas sim de encobrimento, não houve reconhecimento de
particularidades culturais dos Latino-americanos, assim, criando um
sistema-mundo de dominação, o seu posicionamento é da superação deste mito da modernidade,
propondo-se assim a trans-modernidade.
1.2.5 A Filosofia da
libertação na América-latina.
Obra escrita por Dussel no México, com
impulsos libertadores e sem bibliografia, pois esteve em exílio no México, onde
Dussel afirma estar a escrever a obra na periferia para o homem da periferia,
por conseguinte, para Dussel a filosofia da libertação é pós-moderna, pois não
é recente mas ela versa o seu passado em Bartolomeu de Las Casas, explicando o
percurso histórico da opressão e o propósito filosófico fazendo crítica as
conquistas pelo centro sobre a periferia, com a orientação histórica da
dominação.
1.2.7 Método da
Filosofia da libertação
Escrita em 1980, Dussel reflete aspectos
práticos para a libertação do excluído, oprimido e que o seu fundamento parte
da dialéctica, como método do dominador comum dos filósofos, desde Platão,
expresso nos diálogos que representava como o saber de dividir por gêneros e
diferenças, contexto que chega a Descartes,
através do qual a tese, antítese e a síntese, isto é, chegando a um
entendimento entre os opostos espíritos ideais, entretanto, Aristóteles
concebeu como a representação de opiniões admitidas como discutir, dialogar,
com vista a dominar o adversário.
O
método filosófico avançado por Dussel, parte da realidade dialética, de
inspiração da alteridade, que surge da nova forma de pensar, como nova
dialética que é a analética, instaurando uma antropologia Latino-americana pois
reivindicando o primado ontológico sobre as antropologias existentes. O método
da filosofia da libertação parte da realidade do outro como livre além do
sistema da totalidade, espaço através do qual o eu interpreta o outro.
1.3 Influências
de Enrique Dussel
Como
outros filósofos, teve Dussel a fonte de inspiração no pulsar do seu
pensamento, através das leituras dos filósofos clássicos como Platão; Aristóteles;
Santo Agostinho; São Tomás de Aquino, Modernos como Descartes; Leibniz;
Scheller; Heidgger, a vida rotineira com Sacerdote Gauthiery. Influenciou-se
por Jeacques Maritain, que expunha uma filosofia política propondo a dimensão e
a primazia da pessoa na sociedade corporativista que estava a se estabelecer.
Na
obra: filosofia da Libertação, crítica a
ideologia de exclusão, Dussel cita grandes influenciadores tais como: Paul
Ricouer; Charles Tylor; Richard Roth e Emmanuel Levinas. Através dos quais seguiu
a linha desses pensadores insurgindo-se contra a totalidade totalizante, onde
declara-se ateu do fetichismo, transparecendo que a morte do Fetichismo era
necessária porque a libertação do outro só é possível quando houver coragem de
se opor ao império do centro Europa ou do Sistema-mundo.
1.3.1 Jeacques Maritain[3]
Maritain, influencia dussel no seu contexto da
Filosofia de Libertação através da descoberta na leccionacao do curso de Ética. Em
busca de um simbolismo Latino-americano, Dussel cursou o programa de Ética,
onde foi seguidor democrático de Jeacques Maritain, tendo lhe despertado
interesse pela Filosofia Política, descobriu a miséria do seu povo e assim como
a realidade oculta Latino-americana. (Dussel, 1995:13).
1.3.2 Paul Ricouer[4]
Ricouer
influência Dussel desde assistência do curso da Sobornne, dussel questionando a
Ricouer, o que seria a tarefa do educador político, para Ricouer “a tarefa principal do educador político é de
integrar a civilização técnica universal com personalidade cultural, isto é,
com a singularidade histórica de cada grupo humano”. Propostas que Dussel
levara como pano de fundo para o projecto Filosófico-político as gerações.
(ibidem: 15).
1.3.3 Martin Bubber[5]
Bubber,
é um dos influenciadores de Dussel, cujo o destaque está dentre várias, a sua
obra: Eu e Tu, O facto existencial e
primordial de Bubber, é a relação, o dialogo na atitude existencial do
face-a-face, estabelecendo assim uma filosofia do encontro. Dando a mensagem
antropológica na sua filosofia do diálogo (Bubber, 1974:25)
Dussel,
encontra elementos marcantes para uma filosofia da libertação na construção do
discurso do encontro, discurso do diálogo, a convivência e a comunhão entre as
culturas; entre os homens; entre o sistema-mundo; dispersando o mundo em centro
e periferia dando primazia a filosofia do encontro e do reconhecimento.
1.3.4 Karl Marx[6]
Dentre as várias obras de Marx, A Miséria da Filosofia, dussel,
considera a Filosofia da Miséria, ou sistema de contradições econômicas
discutidas entre Marx e Phrondhon, todavia é o conceito da miséria que o comove
pelo facto de estar a desenhar a situação da maioria da população que está
condenada a pobreza, aplicada a 85% da população condenada ao capitalismo
ocidental.
A
descoberta de Emmanuel Levinas, se deu quando Dussel ministrava o curso de
ética ontológica dentro da tradição Heidggeriana, na Universidade de Cuyo,
especificamente na obra: A Totalidade e
Infinito. Esta descoberta, levou-lhe a reformular o título da obra Ética Ontológica para Ética da Libertação Latino-americana.
Levinas influencia Dussel em virtude da crítica capitalizada em torno da
dominação, pelas evidências dadas ao outro como o ser oprimido. Portanto,
Dussel vê que o povo Latino-americano se expressa melhor na categoria do outro,
tratando-lhe como pobre, ou seja, o dominado. Partindo-se da premissa do outro
como oprimido,
Dussel
apresenta a necessidade de se fazer justiça com o outro, propondo a construção
de uma política questionadora a totalidade totalizante de dominação do outro e
construir uma nova totalidade que passa necessariamente na libertação.
CAPÍTULO II: A
FILOSOFIA DA LIBERTAÇÃO DE ENRIQUE DUSSEL.
2.1 Períodos da
Filosofia da Libertação
A
filosofia da libertação, foi primeiro movimento que nasceu na américa-latina e
que problematizou a possibilidade de uma filosofia latino-americana, a
semelhança da Filosofia africana, a sua legitimidade era questionada. Leopold
Zea, em defesa da filosofia latino-Americana contextualizava como filosofia da
libertação. Em sua oposição, August Salazar Bondy, publica o seu escrito na
obra: existe uma filosofia
latino-americana? Em suas teses defende a inexistência da filosofia
latino-americana pelo facto de ser local nas suas abordagens semelhantes a
história. Em reação, Zea publica em 1969 a
Filosofia Latino Americana como filosofia simples e Pura, defendendo a
existência de uma filosofia Latino-Americana, visto que os Latino-americanos
propõem soluções universais dos problemas vigentes.
2.1.1 Período Emergente
da Filosofia da Libertação (1960 - 1970)
Com
vista a elucidar este período, tomamos o seu contexto os sistemas vigentes na
sociedade que se auto afirmaram como ideologias certas para a humanidade, das
quais falharam o seu propósito, tal como a modernidade que trouxe a crença que
iria emancipar o homem e que elevaria a sociedade a um patamar superior.
Neste
período procurava-se posicionar a filosofia latino-americana no contexto da
universalidade filosófica, procurando encontrar uma resposta ao problema que
coloca a condição humana do latino-americano, ao em vez de criticar
filosoficamente a história marcado pela criatividade filosófica das teorias
elaboradas.
Dussel,
na primeira etapa do seu pensamento rompe a filosofia latino-americana que deve
assumir a ética que se formula do face-a-face, dada como projeto existencial.
Nesses moldes propõe a analectica como o método que parte da palavra do outro
como livre e integrante da totalidade.
O
período emergente caracteriza-se pela crítica dos modelos pré-estabelecidos,
todavia a desconstrução dos conceitos é a lógica assegurada para auto afirmar a
autenticidade latino-americana.
2.1.2 Período da
Crítica e Difusão (1970 - 1980)
O
período da crítica e difusão, é caracterizado pelo aprofundamento provocado
pelo exilio dado a repressão vivida na Argentina, no período onde são
corrigidas várias ambiguidades nos posicionamentos anteriores. O período é
representado principalmente por Horácio Cerruti; Pablo Guadarrama; Fournet
Bentacourt. (citup:21) este período
difundem-se temáticas libertadoras para EUA; Europa assim como todo o mundo
ganha o seu interesse teórico.
2.1.3 Período de
Consolidação (década 80 a Actualidade)
Consolidar
um determinado tema, envolve o conhecimento de causa, Enrique Dussel é
destacado como o marco vivo desta corrente que a sua inspiração é dada desde o
período emergente. Todavia, inicia este período com programas de seminários
Norte-Sul.
Em
seus seminários, envolvia a ética do discurso a filosofia e a filosofia da
libertação em seminários realizados na Alemanha, Mexico, Brazil. Nos programas
de debates resultaram seminários interacionais. (idem)
Filosofia da Libertacao
e Africa
Tendo
como base os pressupostos teoricos da filosofia da libertacao vigente no seu
plano de propor solucoes universais, ela concebe a filosofofia como motor que
move a sociedade para a sua integracao na social de reconhecimento e na luta
das desigualidades.
A
Filosofia de libertação é um movimento criado pelos filósofos da América
Latina, a partir da realidade da globalização, da exclusão; faz crítica a crise
de um sistema-mundo, no qual reflecte conteúdos libertadores do ser humano da
periferia, países que tornaram-se vítimas da exploração económica; critica o
mito trazido pela modernidade.
Actualmente o
nível das vítimas da globalização é um problema dos povos da periferia.
“Dussel, pretende justificar filosoficamente a praxis-libertadora das vítimas e
da exclusão no actual processo de globalização: a modernidade chegou a seu fim
semeando terror, a fome e a morte entre as vitimas” nesta perspectiva, no
contexto Africano/ da periferia enquadra-se
pelo facto de estar a se falar de uma nova forma de exploração da
periferia. “Neo-colonialismo[8],”
no qual os países estão sendo vítimas da exploração económica, imposição das
políticas a partir do centro do sistema-mundo.
Esta
forma de aplicar a imposição cultural torna-se público que trata-se de um
contexto do início da própria modernidade que levaram com que o encobrimento
constitua uma realidade, todavia as análises Antropológicas-Históricas dos
povos oprimidos mostram-nos que foram alvos de esvaziamento.
O mundo da Globalização em que os pobres
continuam a aumentar, compreende um sistema-mundo em que há globalizantes e
globalizados. Os recursos naturais são fontes da exploração económica em países
da periferia. Essas tendências de exploração do sistema-mundo da globalização -
exclusão, criam mentalidades da libertação lutando para a inclusão; lutando
pela igualdade de direitos, procurando um mundo em que os direitos humanos
universais são uma realidade.
O
mundo da periferia “Africa” deve estar consciente que a Filosofia toma
consciência do inconsciente, dai a necessidade de encontrar métodos para uma
libertação filosófica, que parte e começa das vítimas da opressão ocidental do
povo Latino-Americano e Africano emergindo a Filosofia da libertação dos oprimidos,
das vítimas, dos excluídos e do não desenvolvimento da
ciência-tecnológica.
A
ideologia[9]
da exclusão tem sido matéria de destaque em Africa, no qual na realidade
observa-se uma exclusão política: através da qual na gestão dos Estados são
excluídos membros da oposição a assumirem cargos, partindo-se da premissa da
desconfiança; exclusão económica: no qual são excluídos os povos da periferia
em usufruir os direitos que dela se concede, apesar de relatórios indicarem
enorme crescimento, em contrapartida não se reflecte na vida do cidadão, visto
que povo que vive nas zonas recônditas encontram-se numa vida precária;
exclusão Jurídica: no qual o povo não toma a iniciativa da lei civil, dela
concedendo o dever de cumprir, exclusão Histórica: no qual a historia Africana
pós-independência é um relato dos governantes e efeitos de um partido,
aniquilando na historia homens que fazem parte de referencia da historia Africana
por terem sido mais tarde da oposição.
Tendo
observado que o espírito da libertação em Africa nasceu desde a presença
europeia, a filosofia da libertação, ganha o seu interesse no continente, para
a libertação do povo a qualquer nível de exclusão na actualidade, fazendo
críticas para a inclusão.
A Filosofia da
libertação: Critica a ideologia da exclusão
Publicada em 1995, teve o seu tomo principal o
caráter hermenêutico da realidade actual, na qual o valor da exclusão ganha o
seu apogeu com a definição do sistema-mundo, entretanto, ao nível da realidade
localizada, existem caracteres de exclusão, pois o seu início reflete-se na
vilipendiacão dos outros, dando mais poder aos contextos da teoria da
dependência.
Dussel,
nesta obra, explica os meios da actual situação colonial (neo-colonização) e
denuncia os meios pelos quais somos dominados, criando mecanismos das
assimetrias econômicas “a experiência inicial da filosofia da libertação
consiste em descobrir o facto opressivo da dominação no plano mundial”.
(Dussel, 1995:18)
Em
consonância com a presente pesquisa, para refletirmos o facto da exclusão no
mundo e no contexto localizado, Dussel reflete a realidade capitalista de ordem
vigente, pois para Dussel o Estado do bem-estar capitalista é um Estado de
guerra, através da perpetuação da luta para a sobrevivência, ao constatar as
novas possibilidades de libertação e ação. (Ibidem: 20). Este paradigma
demonstra a crítica que se faz sentir face a exclusão vigente, caracterizada
pela opressão e visando a libertação.
Desafios da Filosofia
de Libertacao em Africa.
A África, foi
colocada na periferia, tal como outros pontos do mundo, a europa
auto-afirmou-se como centro, onde percebe que es possivel colonizar a periferia
mentalmente e ate fazer a pilhagem, colocando nela a concepacao de dependencia
economica, globalizando o mundo e transferindo tecnologias no seio das
realidades concretas. Sera que a Africa
esta preparada para se libertar? Não bastou apenas a libertacao politica da
ocupacao europeia, mais tambem es necessario que africa fique reflectindo da
sua independencia. Todavia, para Dussel,
a filosofia da libertacao deve denunciar as vias de dominacao usadas no nosso
seio e posteriormente levar em
consideracao o seu valor.
O ano de 1960 ficou marcado na História
contemporânea como o «ano de África». Entre 1 de Janeiro e 28 de Novembro desse
ano, 17 territórios africanos proclamaram a sua soberania política.
O
general Charles de Gaulle manifestou-o claramente nas suas memórias, publicadas
em 1970: «O problema residia em devolver-lhes a soberania. Eu estava totalmente
decidido a isso, pensando, desde logo, que ficariam vinculados a nós em
espírito e na prática… A única coisa que porventura havia a fazer era
transformar as antigas relações de dependência em vínculos preferenciais de
cooperação política, económica e cultural… As minhas simples e sinceras
intenções eram conduzir os povos de “França do Ultramar” a disporem de si
mesmos e, por sua vez, concertar entre eles e nós uma cooperação directa.»
Nesta
concepção, a filosofia da libertação, deve tomar a consciência do inconsciente,
com vista a desenvolver o seu caracter e tendência de estabelecer a autonomia,
entretanto, os africanos devem situar os seus problemas e denunciar as
periferias criadas a nível interno continental, entretanto, a filosofia da
libertação, deve fundamentar-se a critica a realidade concreta, tal como a
falta de união da hegemonia interna dos africanos, criando entre os africanos
uma exclusão social, facto este é caracterizado pela falta de reconhecimento
entre os africanos, Ex: a recente crise xenófoba na Africa do sul, revela uma
autentica falta de alteridade como totalidade. De que união africana pode-se
falar hoje com exclusão regional, procurando auto-afimar-se como potencia
dominadora em africa, facto que poderá fazer com que seja novo centro de
africa.
Para
Dussel, a filosofia compromete-se com os miseráveis, como trabalho
transformador das condições, visando a sua libertação sócio-econômica que impõe
a dominação. Entretanto, a miséria da América-latina transcreve-se na sua
história. “Na América Latina, entre
1969-1976, a teoria da dependência econômica abria caminhos para criticar
assimetrias econômicas isto é, a acumulação de riqueza de um polo é a causa da
acumulação da miséria em outro” (Dussel, 1995:25) a semelhanca da realidade
africana no que se refere o periodo depois da independencia, a teoria da
depndencia economica foi a ideologia mais reinante.
Considerações Finais.
De
acordo com o abordado, debve-se perceber que a filoosfia da libertacao pretende
uma justica que leve em consideração o outro e não apenas o outrona suia
condicao de ser inerpelado como oprimido, portanto, a filosofia de liberação em
africa deve jogar o seu papel com vista a romper com a ordem totalizante
rompendo com o grito da libertação. Portanto, a africa deve-se opor as tendências
de pretender conceber ela como uma periferia, pois o sistema mundo deve ser
combatido numa política de alteridade, procurando potenciar a sua realidade e construir
a sua história sem que a interferência alheia jogue o papel mais importante.
[1]
Filosofo Latino-Americano, posicionado na trans-modernidade e na libertação,
que tem o caráter antropológico no contexto da libertação do oprimido, visando
o reconhecimento.
[3] Filosofo Francês, nascido aos 18.11.1882, falecido em
1973 principal expõente do neo-tomismo contemporâneo, centra a sua atenção
filosófica em humanismo integral.
[4] Nascido em 27 de Fevereiro de 1913, filosofo francês,
catedrático em Filosofia, a sua filosofia é dada no âmbito da hermenêutica,
tendo como base na fenomenologia de Hurssel e existencialismo, na filosofia da
libertação, interessa ressaltar o seu escrito da simbólica do mal, na sua
teoria de interpretação. (Ricouer, 1995: 5)
[5] Filosofo Austríaco, é considerado filosofo do diálogo
por suas obras de carácter existencialista, tendo o seu impulso na filosofia
social, descrevendo a cooperação entre árabes e judeus, o seu pensamento é
característico de uma nova visão humanista contra um mundo em que há habitantes
reconhecidos como pobres.
[6] Marx, nasceu na Prússia, entre 1818, filosofo
revolucionário, advogado e jurista e descendente de judeus, tendo sido
influenciado por filosofia hegeliana de carácter idealista, as suas teses têm sido
caracterizada no âmbito d capitalismo e do socialismo, criando a base da
doutrina comunista criticou o capitalismo.
[7] Levinas, filosofo francês nascido em 1905, em Paris,
filosofo naturalizado francês, as suas bases de pesquisa filosófica são determinadas
nos contextos da fenomenologia de Hurssel e existencialismo de Heidgger, onde
elabora a sua filosofia subjetiva e da alteridade.
[8] Forma de colonialismo que se define pelo
domínio económico de um pais sobre outros menos desenvolvidos, podendo encobrir
cumulativamente a dominação a nível tecnológico, cientifico ou cultural. (dic.
Port: 2012:506p)
[9] Sistema de ideias, valores ou princípios
que definem uma determinada visão do mundo, orientando a forma de agir de uma
pessoa ou de um grupo.
Bibliografia.
Referencias Bibliográficas.
·
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www.NEFL:Nucleodeestudantesdafulisofiadalibertacao Microsoft corporatio
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