segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A PAZ PERPETUA DE KANT TORNA-SE UTOPIA NA SOCIEDADE

  A Paz Perpetua de Kant torna-se Utopia na Sociedade.
                                                                                                                                                                    Autor: Armindo Armando
(Universidade Pedagógica)
                                                                                                                                                                                        Licenciando em Filosofia
Supervisor: Mcs. Tiago Tendai Chingore
                                                                                                                                               (ttendaigamachingore@gmail.com )
(Universidade Pedagógica)
Doutorando em Filosofia
Resumo
A Paz desde muito considerou-se como a ausência de guerra, por sua vez passou a servir como ausência de todas as hostilidades e passa numa reflexão de cultura de Paz. Com Kant, no Sec. XVIII, começa a reflexão sobre a possibilidade da Paz ser eterna, Kant elaborou tal como uma necessidade de toda a sociedade, assim sendo na actualidade social, encontramos diversas classes e que as tais classes originam as desigualdades sociais, tendo-me questionado, será possível termos a Paz Perpetua no mundo das desigualdades? há necessidade da revisão da origem das desigualdades e assim Rousseau destaca o privado e a definição do primeiro ocupante como a causa das guerras, Galvão destaca que a queda ou  a crise moral; é a causa da exclusão social e tal exclusão social traz as desigualdades pois alimentada pelo neo-liberalismo. Em quanto as sociedades encontrarem-se estruturadas de forma vertical; entre as classes põe em causa a Paz Perpétua e caso o egoísmo saia e haja um novo ordenamento das classes sociais sendo horizontais há possibilidade de existir um entendimento eterno e evitar as violências sociais. Para que a paz perpetua seja uma realidade hoje, é necessário que as classes sociais sejam minimizadas e que haja uma sociedade ordenada em que as necessidades básicas fundamentem a justiça social.  
Palavras-Chave: Paz Perpetua; Kant; Classes Sociais; desigualdades
Abstract
The Peace since long been considered as the absence of war, in turn went on to serve as the absence of all hostilities and passes a reflection of culture of Peace With Kant , in the XVIII century , begins to reflect on the possibility of Peace be eternal , Kant elaborated as a necessity for the whole society , thus the social actuality , we found several classes and that these classes originate social inequalities having questioned me , you can have the Peace Perpetual inequalities in the world , there need to review the origin of inequality and so Rousseau emphasizes the private and the definition of the first occupant as the cause of wars , Galvão highlights the fall or moral crisis , is the cause of social exclusion and social exclusion brings such inequalities as fueled by neo -liberalism . On how companies meet -structured vertically , between classes jeopardizes the Perpetual Peace and if selfishness skirt and there is a new order of social classes being horizontal there possibility of an eternal understanding and preventing social violence.

Keywords: Perpetual Peace, Kant; Social Classes; inequalities
Introdução
A paz é um bem necessário para a convivência social sã, o presente artigo intitula-se: o projecto da paz perpétua de Kant, torna-se utopia na sociedade, tal título passou necessariamente por uma reflexão em relação as origens e as consequências das desigualdades sociais. A paz sendo ausência de todas as hostilidades, violências é realmente uma das grandes necessidades da humanidade desde as primeiras instituições sociais e interessa ao político, ao religioso e ao cidadão. Esta preocupação faz suscitar reflexões no nosso seio. No Século XVIII, tendo como o autor expoente Kant, um dos filósofos a teorizar que a Paz que seja Perpétua, a mesma deixou de ser apenas um tratado religioso mas sim passou a ser uma reflexão de toda sociedade académica, filosófica e social. A Paz considerou-se como a ausência de guerra, passou a ser a ausência de todas as hostilidades e passa numa reflexão de cultura da Paz. Visto que, as guerras nascem na mente da humanidade e o seu combate passa necessariamente pela inculcação da própria mentalidade humana.
O mundo todo actualmente está mergulhado na luta de classes. A análise que se faz é referente que actualmente as violências sociais é uma realidade que tem de a crescer e que para alcançar o seu fim é necessária a Paz. Razão pela qual é pertinente pois é uma preocupação da humanidade.    
A Paz é um bem para a sociedade, e esta assente suas bases nos direitos humanos encontram-se preservados, assim sendo para manter tal convivência de realizações ao sonho da bondade colectiva, é necessário que a Paz seja em primeira instância. Todavia o artigo objectiva conhecer as causas que o mundo não alcança a Paz almejada por Kant, deste modo materializando o seu projecto; identificar as razoes que fazem com que a paz seja uma utopia no mundo das desigualdades, o presente artigo esta organizado em três tópicos no qual, o primeiro faz abordagem de artigos para a Paz, no segundo tópico faz uma exortação da Paz e por fim o terceiro faz referência das desigualdades sociais e o seu impacto na utopia da Paz Perpétua. Nos procedimentos metodológicos serão empregue os métodos indutivo e monográfico/ estudo do caso, a técnica de pesquisa bibliográfica.



Cap. I Projecto da Paz Perpetua de Kant torna-se Utopia na Sociedade.
De acordo com Bobbio, citado por Bazzano, no seu artigo publicado em 2007, diz que o homem começa a reflectir sobre a paz partindo do Estado de guerra, a historiografia tem sido um relato de guerras, e isto não foi diferente com a historia da filosofia, existiu uma filosofia de guerra e surge por sua vez a filosofia da Paz, no qual surge quando a filosofia da guerra se esgota, a filosofia da Paz acredita que a guerra não é Estado habitual das relações humanas e é possível estabelecer a Paz como uma situação habitual entre os homens.
 1.1 Artigos e fundamentação da paz
A Paz Perpétua de Kant, sendo projecto filosófico, necessita de uma fundamentação da Filosofia Politica. Uma das funções da Filosofia Politica é da reconciliação. Dos conhecimentos ditos por Hegel, “quando dirigimos ao mundo um olhar racional, o mundo nos parece ter constituído de forma racional” devemos aceitar e afirmar nosso mundo positivamente e não apenas nos resignar a ele. (RAWLS, 2003, 4)
A Paz é um bem precioso, o político, o príncipe, os súbitos naturalmente iguais e socialmente desiguais, quem deve a responsabilidade de teorizar a Paz e materializar?
O homem precisa viver numa sociedade bem ordenada onde a concepção pública da justiça, fornece um ponto de vista aceite por todos a partir do qual os cidadãos podem arbitrar suas exigências de justiça pública. (ibidem: 12) Aristóteles, filósofo grego da antiguidade destaca o homem como um animal político, seria verdade o homem se distanciar da política? Alguns homens seriamente acreditam que não são políticos. Todavia, a Paz é do interesse comum.
Kant na sua obra A paz perpétua, um projecto filosófico, publicado em 1795, estabelece artigos preliminares e artigos definitivos para uma Paz Perpétua. “Não se deve considerar valido nenhum tratado de paz que tenha feito com a reserva secreta de elementos para umaguerra futura (Kant:2008:120) referenciando este artigo, será a Paz de Moçambique eterna? O difícil seria a ciência do espírito, visto que algo secreto é irrevelável, poderia confiar na aparência e no pronunciamento de alguém em função da Paz num acordo, que não guarda elementos para uma guerra futura?
No mundo inteiro, existiram muitas guerras, pois não são de natureza. As guerras serão para coroar um príncipe? Lutar para o fim das desigualdades sociais? Que responsabilidade social tem os indivíduos no mundo de guerra? O homem deve ter em conta com o outro, os valores éticos deve ser o fundamento de toda a sociedade, os príncipes devem se principiar pela Paz.
“Nenhum Estado se deve imiscuir pela força na constituição e no governo de outro estado” (KANT,2008, 133) seriam os homens a implantar a verdadeira maldade na cooperação entre os Estados, uma cooperação não pode pôr em causa aos intervenientes, porque é que o acordo dos príncipes no envolvimento dos seus súbditos não passa de uma consulta aos súbditos?   Kant critica o emprego de assassinos de um estado para outro permitindo a verificação do escândalo que advém.
Me parece que os príncipes, o que encaram com muita facilidade é a coragem pela decisão, advém a teoria de Maquiavel “o fim justifica os meios” será o motivo que um príncipe as suas acções comprometem a Paz?
Nos artigos definidos “o direito das gentes, deve fundar-se numa federação de Estados livres ” (idem). Os povos enquanto Estado pode considerar-se como homens singulares que no seu Estado de natureza se prejudicam uns aos outros a pela simples co-existência e cada um em vista da sua segurança pode e deve agir ao outro que entre nele uma constituição civil, no qual se possa garantir cada um ao seu direito.
A sociedade é um sistema equitativo de cooperação social que se perpetua de uma geração para outra, ideia elaborada em duas ideias fundamentais: a ideia de cidadão (os que cooperam) como pessoas livres e iguais e a ideia de uma sociedade efectivamente regulada por uma concepção pública de justiça. (RAWLS, 2003, 7)
2.2 Exortação pela Paz
É compreensível que o povo diga: não deve entre nós haver guerra alguma pois queremos formar um Estado, isto é, queremos impôr a nós mesmos um poder supremo legislativo, executivo e judicial que dirima pacificamente os nossos conflitos (cit up:18) Kant recomenda aos súbditos que neguem completamente a guerra, e o poder que neles podem estabelecer pode-se servir de um princípio aos súbditos. Observemos Kant como homem, o pensamento contra a guerra existente em Kant porque não é universal? A desigualdade do homem seria oriunda na maneira de pensar? Os desacordos entre os homens são necessários, pois suscitam o espírito e cultura de diálogo, o dogmatismo é superado numa situação que encontramos as discórdias e que não pode-se necessariamente tender ao cepticismo. Ao político assim como aos súbditos, cabendo cultivar a cultura de Paz, determinante ao bem-estar da humanidade.
Kant diz que é necessário seguir da posição dos que defendem a Paz e opõe-se a qualquer tentativa da guerra justa e opor-se ao ditado Latino “si vis pacem para bellum” quem quer a paz prepara-se para a Guerra. Assim Kant fundando-se no “si vis pacem para instituiam” quem quer a paz preocupe-se com a justiça. (CESCON, 2011, 27)
Desigualdades Sociais e a utopia na Paz Perpétua
De acordo com Pinheiro, sem paz a justiça é uma simples quimera, a busca pela ordenação pacífica é necessária para uma vida melhor, é um direito valido universalmente, a paz é um meio promotor da justiça no mundo e há a necessidade da educação para a Paz, sem a publicação requerida e sem a sua compreensão necessária, a paz corre risco de se tornar utópica. Numa abordagem da Paz esquecer termos de tolerância, igualdade, respeito é esquecer que uma sociedade justa deve encaminhar-se sempre para a paz. (ibidem: 45)
Na humanidade tem duas espécies das desigualdades, no qual a primeira é natural ou física porque é estabelecida pela natureza e que consiste na diferença das idades, da saúde, das forças, do corpo e das qualidades do espírito ou da alma. A segunda  são as desigualdades morais ou politicas porque dependem de uma espécie de convenção e que é estabelecida pelo consentimento dos homens, consiste nos diferentes privilégios de que gozam alguns com prejuízo aos outros como ser mais rico, mais honrado, mais poderosos do que os outros. (ROUSSEAU, 2002: 38)
A Paz Perpétua fica irrealizável no seio das desigualdades sociais, pois que as desigualdades criam o espírito e tendência de terror entre os homens, as tendências da procura de formas de sobrevivências, as alternativas não são absolutas.  
Para que o mundo actual alcance a Paz  Perpétua, é necessário que as desigualdades sociais sejam minimizadas se calhar sejam niveladas, haja uma politica internacional de reconhecimento entre as sociedades, indivíduos, religiões, nações, estados, políticos. Cabe aos homens crer na possibilidade de uma Paz Perpétua, pois para tal precisa de união na promoção do bem comum, partindo aos políticos, aos súbditos, as grandes economias sejam para o bem social e não como via de acesso de industrias bélicas.
As desigualdades sociais em quanto Rousseau destaca duas espécies, encontramos a sua convivência independente num mundo em que os homens viviam sem desigualdades morais ou Políticas.
“Em quanto os homens se contentaram com as suas cabanas rústicas, em quanto se limitaram, a cozer a sua roupa de peles com espinhos ou a restas de pau, a se enfeitarem com plumor e conchas, a pintarem o corpo de diversas corres, aperfeiçoar ou embelezar os seus arcos e flexes, atalha com pedras cortantes, algumas canoas de pesca se aplicaram exclusivamente a obras que um só poderia fazer, a arte que não necessitava incurso de muitas maus viverem livres; sãos; bons e felizes, tanto quanto podiam ser pela sua natureza e continuarem a gozar entre si das doçuras de uma convivência independentes, risonhos que foi precioso regar. Desde o instante que o homem teve a necessidade do socorro do outro, desde que percebeu que era útil a um só ter provisões para dois, a igualdade desapareceu, a propriedade se introduziu, o trabalho tornou-se necessário e as vastas florestas se transformaram em Caos, risonhos que foi preciso regar com suor dos homens. (ROUSSEAU, 2002: 104) ”
As desigualdades não se verificaram no âmbito em que o privado não se definia como hoje e a vida foi boa, os homens foram sãos, tiveram uma felicidade. É claro que as sociedades se encaram com muitos princípios astutos, existiu a lei do mais forte sobre os mais fracos, talvez diria existiu uma selecção natural, no âmbito político seria uma selecção dos cidadãos.
Maquiavel no seu terceiro Capitulo, distingue dois modos de se tornar um príncipe que não pode ser inteiramente entregue a fortuna e os valores, alguns atingem o principado pela maldade, por caminhos celerados contrários a todas as leis humanas e divinas e torna-se príncipe pelo favor do seu conterrâneo. Num momento em que alguns violam os direitos humanos alcançando o principado cria as desigualdades no seio do estado, a selecção das classes em, si é autónoma e essa separação traz uma astúcia no seio da humanidade. A classificação das espécies do homem é fundamentada por Hegel que destaca quatro espécies do homem.
2.3  Espécies do homem e a desigualdade na moralidade em Hegel
Em Hegel existe no homem4 uma esfera que o Estado não pode tocar, esta esfera encontramos em quatro espécies como, o cidadão, o indivíduo, o herói e a vítima ou também como se pode dizer o que sustenta e o que transcende o sujeito e objecto da historia, a moral do cidadão é do Estado e a moral do individuo é da ideia absoluta, a moral do herói é a do espírito do mundo e a moral da vitima é da situação privada o que não conta historicamente. (HEGEL, 2001: 30)
2.4.1 O cidadão
O cidadão desde que o racional é real é o que devia ser e o Estado é racionalmente universal, o cidadão como particular deste Estado é sempre racional, real e como devia ser ou seja é moral, sua racionalidade particular é realizada no estado. Como os particulares sozinhos não fazem universal, os cidadãos sozinhos não podem ser a consciência da liberdade, apenas o Estado como um todo, sua cultura é que realiza a liberdade, só a liberdade é cheia de caprichos e deve estar subordinada a liberdade universal como quando concretizada em uma cultura universal. No momento em que o homem[1] ou individuo esta consciente da sua liberdade ele é o cidadão, simples indivíduos não são morais. (HEGEL, 2001: 32)
2.4.2 O indivíduo
 O indivíduo é caracterizado por Hegel como aquele que tem uma moral intrínseca e pessoal, existe nos indivíduos como inerentemente eterno e divino. Esta moral ética religiosa jamais é propiciada e garantida ou suplementada pelo Estado. Ela existe de maneira absoluta, neste sentido o homem é um fim em si mesmo, ele possui a divindade, não esta sujeito ao desenvolvimento mais existe em sua forma absoluta, isso é a liberdade absoluta pelo qual; através dela o homem é responsável em si, não importa em que circunstancias estejam, as circunstâncias de sua vida, essa moralidade interior tem valor absoluto, infinito. (ibidem: 35)
2.4.2 O herói  
O herói, que é o homem da moralidade absoluta ou individual que se funda com universalmente social com o espírito do mundo em, direcção a ideia absoluta, tem a situação histórica como o individuo com todos seus poderes, ele não é nada se não matéria-prima do espírito do mundo. É o homem herói que empurre a história para diante. (ibidem: 36)
2.4.4 A vítima
A vítima, na história do Estado, Hegel coloca o herói que tem a sua energia como sujeito da história e o homem sem tal percepção e energia é o objecto da história, sua vitima que é mulher/ homem comum que prefere a felicidade e a grandeza. (ibidem:38).
Nos Estados actuais é lógico destacarmos que a historia é um avanço que se observa no seio de nós, alguns homens fazem a historia que Hegel designa de sujeito da Historia e alguns é   o  motivo da existência que também chama de objecto da historia, pois os objectos da historia Hegel chama vitimas de um Estado, se existe uma revolução na razão entre os homens a procura de se libertar da vitima para um outro aspecto moral existem os homens que ficam aliados na valorização da liberdade. A classificação de Hegel aos homens não encontra intrínsecos com a mesma liberdade, e que para Kant põe a liberdade como uma condição cinequanon para a Paz Perpetua, os níveis de moralidade se revoltam aos outros criando uma astúcia da razão entre os homens, os homens implantaram o egoísmo na liberdade devido a desigualdade de distribuição de tal liberdade, seja a razão do egoísmo que Thomas Hobbes destaca a existência de Guerra de todos contra Todos, a desigualdade face na Justiça talvez seja o motivo que levou Jonh Rawls a escrever a justiça como Equidade.
Kant define iluminismo como a saída da menoridade para a maioridade, os homens estão sujeitos a mudança coso não se apeguem com garras a sua menoridade, não reparem como uma imposição Perpétua da sua menoridade, a mudança de mentalidade é um imperativo para a Paz Perpétua entre os homens, os ricos tem necessariamente o prazer de dominar
“Os ricos por seu turno mal conheceram o prazer de dominar, desdenharam em breve todos os outros servindo-se dos seus antigos escravos para súbditos novos, não pensaram se não em subjugam e escravizam os vizinhos. Uma espécie de direitos ao bem dos outros, equivalente segundo eles ao da propriedade e a igualdade rompida foi seguida da mais horrível desordem e assim que as usurpações aos ricos, os assaltos dos pobres, as usurpações desenfreadas sufocando a piedade natural a voz ainda mais fraca da justiça, tornaram os homens avarentos, ambiciosos e maus. A sociedade nascente foi praça do mais horrível estado de guerra. (ROUSSEAU: 2002: 111) ”
A sociedade para que alcance a Paz, é condicional a renuncia podendo voltar atrás, os desafios da vida determinam um egoísmo Perpétuo, como Rousseau aponta: “levantaram-se os direitos do mais forte e o direito do primeiro ocupante, um conflito perpétuo que só terminava com combates e morticínios”, na nossa sociedade o primar pelo diálogo é necessário para que os nossos diferendos não se tornem em caos, a sociedade deve ser de acordo com Popper: Sociedade Aberta que prima pelo diálogo, não um diálogo de transformação da nossa maldade interna em acções para o sofrimento dos inocentes, para tal há necessidade da observância do nível das classes numa sociedade para o consenso no diálogo, talvez seria a causa das classes a origem da injustiça. Seja a responsabilidade da educação, no qual uma sociedade que pretende que seja uma sociedade agrária devera cultivar uma educação agrária. Rousseau aponta que o homem é bom por natureza e que a educação que lhe é fornecida na sociedade é o factor da sua dignidade e a formação do seu espírito. Seja a educação a lanterna que pode nos tirar da menoridade para maioridade.
A paz na sua globalidade envolve muitos factores no qual talvez seja necessário o campo da abordagem filosófica que é a ética.
2.5. A crise da ética, Multiculturalismo e o debate Liberal para a Paz.  
A ética sendo um campo filosófico que se preocupa no estudo da moralidade das sociedades, ela distinguem o bem e o mal, determina os postulados sociais para o bem da sociedade. A crise da ética em um regime social acarreta uma serie das distorções a seus membros, bem grave é a perda da liberdade que acontece em troca de perfilamento muitas vezes compulsória ou subjacente das pessoas a ideologia do sistema. Ser livre é um direito natural que o homem tem. (GALVAO, 2001: 30-32)
A sociedade liberal é aquela que tenta realizar, no maior grau possível, certos bens ou princípios de direito. Poderíamos pensar nela como uma sociedade que tenta maximizar os bens da liberdade e do auto-governo colectivo em conformidade com direitos fundados na igualdade. (Tylor. 2000: 259)
A questão da liberdade encontramos na sua extensiva abordagem, a liberdade ética que Galvão se refere é de fazer o que é bom, o que tem valor social. A questão das desigualdades seria uma iniciativa da crise da ética, que traz com ela o neo-liberalismo, que o centro é o mercado e por conseguinte o consumo e que o neo-liberalismo traz com ela as desigualdades sociais, parece que Galvão estaria a que a acusar o capitalismo como responsável da crise da ética e quando traz a exclusão social gera a desigualdade.
“É preciso que ao fazer as leis e ao julgar nossos congressistas e juízes de tribunais se apercebam que num pais que tem um salário mínimo como o nosso seus ganhos são pouco éticos ” Galvão citando Jornal do Brasil: porque a ética foi jogada ao escanteio? 15/05/1992  
 O capitalismo visando o lucro, e a superação torna-se pouco ético a medida em que admite quaisquer medidas para a obtenção dos seus objectivos, alem da carente da ética. (ibidem: 52)
Os capitalistas liberais rejeitam o valor ético da solidariedade como provimento de um sentimento pequeno e primário. “É errado querer solidariedade numa sociedade de consumo” (ibidem: 69)
O egoísmo actual verifica-se através da divisão das classes e a falta de nivelamento nas oportunidades entre as classes sociais e que acarreta nela crise de valores morais, o espírito humano fica tomado da astúcia e a maldade torna-se o fulcro da menoridade que o homem se enterra, a Filosofia da Paz só poderá ser implantada e ter o seu sucesso neste mundo em quanto a sociedade passar necessariamente por uma relação horizontal porque na relação vertical o homem não crê na possibilidade de satisfazer os direitos do outrem. Apesar da consciência de enorme dificuldade que o homem pode-se libertar na menoridade de guerras para a maioridade de Paz perpétua. A originalidade da convivência do homem será alcançada visto que a historia nos ensina os aspectos marcantes na passagem da idade medieval para idade moderna, em que o homem liberta-se do dogma.
Para os Liberais como DEWEY, a vida boa é um modo de vida de interacção com o mundo, e de resolver problemas que conduz ao progresso, crescimento individual e de transformação social. Dewey diz que a democracia liberal é um mecanismo politico, a democracia liberal é forte quando toda sociedade esta imbuída do espírito de democracia, na família, escola, instituições, negócios, industrias, de modo que se torne instrumento do crescimento humano e de libertação. (Tylor. 2000: 106)
O multiculturalismo do ponto de vista liberal, uma pessoa tem o direito de reivindicar o reconhecimento igual antes de tudo pela razão da sua identidade humana universal e potencial e não pela razão de uma identidade étnica, a nossa identidade universal é a mais importante do que a identidade particular. (idem)
Para a estabilidade da Paz, deve-se dar resposta o realismo politico e em seguida o direito dos povos deve ter um processo paralelo que leve as pessoas inclusive as sociedades liberais e decentes a aceitar a boa vontade das normas jurídicas, porque assim os povos desenvolvem a confiança mutua, a medida em que o tempo vai passar passa a aceitar a lei como um ideal de conduta. (RAWLS. 2004: 56-57)


Conclusão e considerações finais

Kant acredita o homem que esta em condições de erguer uma Paz Perpetua num total de acordos que possam lhe guiar, para tal as teorias da Paz surgiram para a materialização da saída de uma Filosofia da guerra para a Filosofia da Paz desde o Século. XIII.
 Assim sendo as guerras que existiram e que encabeceiam a história universal ate hoje encontramos no nosso seio uma evolução dos problemas e que não cabe ao divino para a tal responsabilidade de assumir a postura humana na preservação dos factos reais que possam a agradar toda a sociedade, por conseguinte Galvão observa que as classes sociais existentes hoje acompanhadas pelo neo-liberalismo, é factor das desigualdades, quer moral; económica; social; politica, neste contesto este factor da desigualdade está sendo mais notório no seio da humanidade.
Feita a desconstrução das teorias que possibilitam a paz, as reflexões elaboradas, o seu sentido é de reconhecer as teorias e fazer agir o nosso posicionamento como homens com valores e dignidade, só assim podemos encontrar as possíveis soluções da problemática. A relação vertical das classes sociais, em quanto na sociedade prevalecer a Paz Perpetua torna-se utopia visto que promove as desigualdades e coloca num escanteio os valores morais, dando efeitos nefastos no seio da humanidade. Portanto o respeito a vida é nela que podemos convergir as nossas reflexões da paz.










Referencias Bibliografia

·         Bibliografia Principal
KANT, Immanuel. A Paz Perpetua e outros Opúsculos. 6ª Ed. Lisboa, 2008.

·         Bibliografias Secundarias
CESCON, Everaldo et NODARI, Paulo Cesar, Filosofia, Ética e Educação: por uma cultura de Paz. São Paulo. Paulinas, 2011
GALVAO, António Mesquita. A Crise da Ética: o Neo-liberalismo como causa da exclusão social. 4ª. Ed, Vozes Editora, 2001
HEGEL, Georg  William Friederich, A Razão na Historia. 2ª Ed. Conexão na Historia. 2001
RAWLS, John. A Justiça como Equidade: uma reformulação. Martins Fontes Editora, São Paulo,  2003
____________________, O Direito dos povos. Martins Fontes, São Paulo, 2004
ROUSSEAU, Jean Jeacques, Discurso sobre as Origens das Desigualdades. Edição Ridendo Castigat Mores, Brasil editora Electrónica, 2002.
TYLOR, Charles, Argumentos Filosóficos. Edições Loyola, São Paulo, 2000
OLIVEIRA, Ariana Bazzano,  simpósio em relações internacionais do programa de pós- graduação em relações internacionais San Tiago Dantas (UNESP, UNICAMP e PUC-SP), 2007
 O artigo esta disponível no www.webartigos.com publicado em 10 de Julho de 2014.




4  Mamífero primata, bípede que se distingue dos outros animais pela capacidade de produção de linguagem articulada e desenvolvimento intelectual; individuo que se dedica a uma actividade intelectual. 

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