segunda-feira, 21 de setembro de 2015

HERMENEUTICA EM BULTMANN

Rudolf  Bultman (1884-1976) foi exegeta e teólogo luterano alemão. Para Rudolf Bultmann, teólogo protestante, a hermenêutica é o método histórico morfológico ou a arte de encontrar e explicar o verdadeiro sentido de um texto, mediante as regras da Hermenêutica. (Ibidem: 99)
Desmitologização da Nova Hermenêutica segundo Rudolf Bultmann
Bultmann afirma que só se compreende o texto a partir duma análise existencial que nos leva a uma decisão que muda a vida. A leitura do texto deve ter um impacto na nossa vida, sem essa mudança a Bíblia seria um livro do passado morto. Bultmann pensa que o texto bíblico para ter o sentido é preciso descortinar para ver a essência das palavras, Com Bultmann a interpretação torna-se a teologia hermenêutica, sistema de pensamento e o conteúdo do texto.
1.1.A Hermenêutica da Existência Cristã em Bultmann
Ele responde a seguinte questão: "Será possível a exegese livre de premissas?"
Bultmann responde a esta pergunta com duas respostas antagónicas: sim e não. Sim, se “livre de premissas” subentender uma “não pressuposição dos resultados da exegese”, isto é, se o intérprete antes de confrontar-se com o texto estivesse livre de pressuposições sobre o mesmo. Não, que é o seu conceito fundamental, visto que o exegeta aborda o texto guiado pela pré-compreensão do próprio intérprete. Bultmann afirma que por mais objectivo que o hermeneuta pretenda ser ao abordar um tema, ele não pode escapar à compreensão que dele tem:
“Resulta que uma compreensão, uma interpretação, sempre está orientada por um enfoque. Isto, porém, inclui que ela nunca está isenta de premissas, mas precisamente, ela está dirigida por uma compreensão prévia do assunto, consoante a qual ela pergunta ao texto"
1.1.Exposição do método histórico-crítico
Boultman “um texto deve ser interpretado segundo as regras da gramática...”, e, segundo o autor, levando as matrizes estilísticos dos textos “... à exigência de que a exegese histórica observe o estilo individual do texto”.
a observação de que cada texto fala na linguagem de sua época e de sua esfera histórica... o exegeta precisa conhecer o condicionamento histórico da língua daquela época da qual provém o texto a ser explicado.”
Bultmann pressupõe então, que, o estudo das literaturas apocalípticas, rabínicas, dos textos de Qumran e da historiologia da religião semita são conditio sine qua non para uma compreensão satisfatória
O método histórico para Bultmann, implica na premissa de que a história é uma unidade no sentido de um contexto integrada de efeitos e por isso mesmo “a concatenação de curso histórico não pode ser quebrada pela intervenção de poderes sobrenaturais do além, significa portanto, que não pode haver ‘milagres’ nesse sentido.
Bultmann considera o exercício de interpretar o texto historicamente como uma necessidade, já que se trata de uma língua estrangeira, costumes anacrónicos e cosmovisão estranha ao exegeta. Traduzir, segundo Bultmann, “significa tornar compreensível, e pressupõe compreensão.” Essa compreensão da história pressupõe a “compreensão das forças actuantes a unirem os fenómenos individuais.” “o evento histórico faz parte do futuro.”
Concluindo seu argumento, Bultmann formula duas teses relacionadas às consequências da exegese dos textos bíblicos. A primeira tese que trata do princípio existencial, provavelmente foi e será a que mais expressa o método exegético de Bultmann. A segunda mostra o relativismo bultmanniano, de que a compreensão de um texto nunca é definitiva, pois fala para dentro da existência. O papel do exegeta, segundo Bultmann, em sua conclusão, é que o exegeta “ precisa ouvir a palavra da Escritura como palavra falada para dentro de sua situação histórica específica, ele sempre entenderá de forma sempre nova a palavra antiga”
A grande importância de Bultmann para o Novo Testamento e a teologia em geral foi a sua sensibilidade de compreender que a Bíblia precisa ser actualizada para o homem de hoje.
a crítica mais fundamental levantada à hermenêutica existencial de Bultmann refere-se ao seu desprezo pela reflexão sobre a linguagem em geral.
Bibliografia
BLEICHER, Josef. Hermenêutica Contemporânea. Edições 70, Lda, São Paulo, 1980
MONDIN, Battista. Os grandes teólogos do século vinte. São Paulo: Teológica, Paulus, 2003.

PELMER, Richard E. Hermenêutica. Edições 70, Lda, São Paulo, 2006

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