segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A FILOSOFIA DA LIBERTACAO EM AFRICA

TEMA: A FILOSOFIA DA LIBERTACAO EM AFRICA
Autor: Armindo Armando
(Licenciando em Filosofia)
Universidade Pedagógica de Moçambique
Supervisor: dr. Cândido Pires et Mcs. Tiago Tendai Chingore
(Universidade Pedagógica de Moçambique)

Introdução
Africa, tem uma historia que é inolvidável na memoria dos africanos, que é do seu envolvimento da tendência da evolução social, colocando na perspectiva de dominado, pois foi uma das mãos-de-obra mais preferencial na europa, pela sua capacidade de trabalho, no entanto, mesmo depois da abolição da escravatura em 1836, as saídas clandestinas continuaram e a exploração continuou, entretanto, actualmente há enorme vinculação das políticas na era da globalização, em que muitos são objecto do mesmo e poucos são mentores. Com o artigo, não se pretende esgotar todo debate relativo a libertação em Africa ou independência da Africa, mais sim trazer um debate do cunho filosófico na perspectiva moderna, nela que se corresponde melhor na filosofia da libertação, com este, preocupa-se em perceber será que africa já tem a independência que sempre sonhou? Através da filosofia da libertação nos seus pressupostos teóricos, compreenderemos tal fenómeno, o artigo esta organizado em dois capítulos, onde faz-se abordagem do perfil do filósofo da libertação: Enrique Dussel assim como abordagem das aproximações da filosofia de libertação e africa.
Filosofia da Libertação e Africa
A filosofia da libertação, tal como outros movimentos e correntes de pensamento, tiveram os seus impulsionadores, dos quais são caracterizados pela vigência de modo como se notabilizaram nas suas ideologias, entretanto, o pensamento mais notório da filosofia da libertação, é representado por Enrique Dussel, todavia, antes porem é necessário conhecer o perfil do autor.

CAPÍTULO I: VIDA E OBRAS DE ENRIQUE DUSSEL
1.1  Vida de Enrique Dussel
Enrique Dussel [1], nasceu em La Paz, em Mendonça na Argentina, no dia 24 de Dezembro de 1934, numa aldeia pobre, filho de pai médico (Positivista Conservador) e mãe doméstica líder envolvida em causas sociais. (Dussel, 2008:23).
Em 1940, seu pai foi despedido do hospital em que trabalhava e foi para Buenos Aires, onde Dussel cursou o primário. Em 1945, o seu pai opositor de Peron que foi elevado ao poder com a consequência da revolução de 1943, facto que determinou o regresso a Mendonça, onde teve Dussel a sua juventude fértil, tornando-se alpinista. (Idem)
Dussel, militou na ação católica, com 15 anos de idade, já mostrava o interesse na área do humanismo, isto é, mostrava o interesse com o próximo no campo social, cursou a filosofia tradicional em cinco (05) anos sobre tudo a terceiro da escolástica, onde foi obrigado a conhecer o Grego, Latim, a sua vida acadêmica era por militância política. Ingressou na universidade de Cuyo e militava em movimentos políticos, fundou a Federação Universitária do Oeste (FUO), foi presidente do Centro de Filosofia e Letras, cursou a filosofia tradicional. (Dussel 2008: 19) 
Dussel, licenciou-se aos 23 anos de idade (1957) na qual acha que a mentalidade colonial Latino-Americana impelia a experiência europeia, portanto, partiu para Espanha com uma bolsa de estudos numa viagem que durou 24 dias, passou por Montevideo, Santos, Recife, Dakar e Marrocos, descobrindo assim o mundo da periferia que não tinha em sua consciência. (Idem)
Em 1959, volta a Espanha, termina o seu doutoramento na mesma linha escolástica tradicional, no qual a sua tese sobre o bem comum, homenageava aos que detém a sua realidade por vias lícitas, assim citando expressão bíblica “bem aventurados os pobres”. (Idem) Em 1968, volta a Mendonça para leccionar a Ética na Universidade Nacional de Cuyo.[2]
1.2  Análises Teóricas das Obras de Dussel
Formado em Filosofia Tradicional, as suas obras versam a realidade de uma abordagem específica que lhe possibilita a retratar a sua tese do doutoramento na qual versa do problema do bem comum.
1.2.1        O Encobrimento do Outro.
Em 1994, publica os seus escritos das conferências proferidas das suas palestras na obra: O Encobrimento do Outro, no qual mostra o seu posicionamento face a modernidade, onde avança que a modernidade não existiu no seu contexto, isto é, ela visava a emancipação do homem tal como acredita Habermas, todavia, com a expedição de 1492, Dussel considera que o encontro entre os povos não foi de reconhecimento, mas sim de encobrimento, não houve reconhecimento de particularidades culturais dos Latino-americanos, assim, criando um sistema-mundo de dominação, o seu posicionamento  é da superação deste mito da modernidade, propondo-se assim a trans-modernidade.
1.2.5 A Filosofia da libertação na América-latina.
 Obra escrita por Dussel no México, com impulsos libertadores e sem bibliografia, pois esteve em exílio no México, onde Dussel afirma estar a escrever a obra na periferia para o homem da periferia, por conseguinte, para Dussel a filosofia da libertação é pós-moderna, pois não é recente mas ela versa o seu passado em Bartolomeu de Las Casas, explicando o percurso histórico da opressão e o propósito filosófico fazendo crítica as conquistas pelo centro sobre a periferia, com a orientação histórica da dominação.
1.2.7 Método da Filosofia da libertação
 Escrita em 1980, Dussel reflete aspectos práticos para a libertação do excluído, oprimido e que o seu fundamento parte da dialéctica, como método do dominador comum dos filósofos, desde Platão, expresso nos diálogos que representava como o saber de dividir por gêneros e diferenças, contexto que chega a Descartes,  através do qual a tese, antítese e a síntese, isto é, chegando a um entendimento entre os opostos espíritos ideais, entretanto, Aristóteles concebeu como a representação de opiniões admitidas como discutir, dialogar, com vista a dominar o adversário.  
O método filosófico avançado por Dussel, parte da realidade dialética, de inspiração da alteridade, que surge da nova forma de pensar, como nova dialética que é a analética, instaurando uma antropologia Latino-americana pois reivindicando o primado ontológico sobre as antropologias existentes. O método da filosofia da libertação parte da realidade do outro como livre além do sistema da totalidade, espaço através do qual o eu interpreta o outro.

1.3  Influências de Enrique Dussel
Como outros filósofos, teve Dussel a fonte de inspiração no pulsar do seu pensamento, através das leituras dos filósofos clássicos como Platão; Aristóteles; Santo Agostinho; São Tomás de Aquino, Modernos como Descartes; Leibniz; Scheller; Heidgger, a vida rotineira com Sacerdote Gauthiery. Influenciou-se por Jeacques Maritain, que expunha uma filosofia política propondo a dimensão e a primazia da pessoa na sociedade corporativista que estava a se estabelecer.
Na obra: filosofia da Libertação, crítica a ideologia de exclusão, Dussel cita grandes influenciadores tais como: Paul Ricouer; Charles Tylor; Richard Roth e Emmanuel Levinas. Através dos quais seguiu a linha desses pensadores insurgindo-se contra a totalidade totalizante, onde declara-se ateu do fetichismo, transparecendo que a morte do Fetichismo era necessária porque a libertação do outro só é possível quando houver coragem de se opor ao império do centro Europa ou do Sistema-mundo.
1.3.1 Jeacques Maritain[3]
 Maritain, influencia dussel no seu contexto da Filosofia de Libertação através da descoberta na leccionacao do curso de Ética.  Em busca de um simbolismo Latino-americano, Dussel cursou o programa de Ética, onde foi seguidor democrático de Jeacques Maritain, tendo lhe despertado interesse pela Filosofia Política, descobriu a miséria do seu povo e assim como a realidade oculta Latino-americana. (Dussel, 1995:13).
1.3.2 Paul Ricouer[4]
Ricouer influência Dussel desde assistência do curso da Sobornne, dussel questionando a Ricouer, o que seria a tarefa do educador político, para Ricouer “a tarefa principal do educador político é de integrar a civilização técnica universal com personalidade cultural, isto é, com a singularidade histórica de cada grupo humano”. Propostas que Dussel levara como pano de fundo para o projecto Filosófico-político as gerações. (ibidem: 15).
1.3.3 Martin Bubber[5]
Bubber, é um dos influenciadores de Dussel, cujo o destaque está dentre várias, a sua obra: Eu e Tu, O facto existencial e primordial de Bubber, é a relação, o dialogo na atitude existencial do face-a-face, estabelecendo assim uma filosofia do encontro. Dando a mensagem antropológica na sua filosofia do diálogo (Bubber, 1974:25)
Dussel, encontra elementos marcantes para uma filosofia da libertação na construção do discurso do encontro, discurso do diálogo, a convivência e a comunhão entre as culturas; entre os homens; entre o sistema-mundo; dispersando o mundo em centro e periferia dando primazia a filosofia do encontro e do reconhecimento.
1.3.4 Karl Marx[6]
 Dentre as várias obras de Marx, A Miséria da Filosofia, dussel, considera a Filosofia da Miséria, ou sistema de contradições econômicas discutidas entre Marx e Phrondhon, todavia é o conceito da miséria que o comove pelo facto de estar a desenhar a situação da maioria da população que está condenada a pobreza, aplicada a 85% da população condenada ao capitalismo ocidental.
1.3.5 Emmanuel Levinas[7]
A descoberta de Emmanuel Levinas, se deu quando Dussel ministrava o curso de ética ontológica dentro da tradição Heidggeriana, na Universidade de Cuyo, especificamente na obra: A Totalidade e Infinito. Esta descoberta, levou-lhe a reformular o título da obra Ética Ontológica para Ética da Libertação Latino-americana. Levinas influencia Dussel em virtude da crítica capitalizada em torno da dominação, pelas evidências dadas ao outro como o ser oprimido. Portanto, Dussel vê que o povo Latino-americano se expressa melhor na categoria do outro, tratando-lhe como pobre, ou seja, o dominado. Partindo-se da premissa do outro como oprimido,
Dussel apresenta a necessidade de se fazer justiça com o outro, propondo a construção de uma política questionadora a totalidade totalizante de dominação do outro e construir uma nova totalidade que passa necessariamente na libertação.

CAPÍTULO II: A FILOSOFIA DA LIBERTAÇÃO DE ENRIQUE DUSSEL.

2.1 Períodos da Filosofia da Libertação
A filosofia da libertação, foi primeiro movimento que nasceu na américa-latina e que problematizou a possibilidade de uma filosofia latino-americana, a semelhança da Filosofia africana, a sua legitimidade era questionada. Leopold Zea, em defesa da filosofia latino-Americana contextualizava como filosofia da libertação. Em sua oposição, August Salazar Bondy, publica o seu escrito na obra: existe uma filosofia latino-americana? Em suas teses defende a inexistência da filosofia latino-americana pelo facto de ser local nas suas abordagens semelhantes a história. Em reação, Zea publica em 1969 a Filosofia Latino Americana como filosofia simples e Pura, defendendo a existência de uma filosofia Latino-Americana, visto que os Latino-americanos propõem soluções universais dos problemas vigentes.
2.1.1 Período Emergente da Filosofia da Libertação (1960 - 1970)
Com vista a elucidar este período, tomamos o seu contexto os sistemas vigentes na sociedade que se auto afirmaram como ideologias certas para a humanidade, das quais falharam o seu propósito, tal como a modernidade que trouxe a crença que iria emancipar o homem e que elevaria a sociedade a um patamar superior.
Neste período procurava-se posicionar a filosofia latino-americana no contexto da universalidade filosófica, procurando encontrar uma resposta ao problema que coloca a condição humana do latino-americano, ao em vez de criticar filosoficamente a história marcado pela criatividade filosófica das teorias elaboradas.
Dussel, na primeira etapa do seu pensamento rompe a filosofia latino-americana que deve assumir a ética que se formula do face-a-face, dada como projeto existencial. Nesses moldes propõe a analectica como o método que parte da palavra do outro como livre e integrante da totalidade.
O período emergente caracteriza-se pela crítica dos modelos pré-estabelecidos, todavia a desconstrução dos conceitos é a lógica assegurada para auto afirmar a autenticidade latino-americana.
2.1.2 Período da Crítica e Difusão (1970 - 1980)
O período da crítica e difusão, é caracterizado pelo aprofundamento provocado pelo exilio dado a repressão vivida na Argentina, no período onde são corrigidas várias ambiguidades nos posicionamentos anteriores. O período é representado principalmente por Horácio Cerruti; Pablo Guadarrama; Fournet Bentacourt. (citup:21) este período difundem-se temáticas libertadoras para EUA; Europa assim como todo o mundo ganha o seu interesse teórico. 
2.1.3 Período de Consolidação (década 80 a Actualidade)
Consolidar um determinado tema, envolve o conhecimento de causa, Enrique Dussel é destacado como o marco vivo desta corrente que a sua inspiração é dada desde o período emergente. Todavia, inicia este período com programas de seminários Norte-Sul.
Em seus seminários, envolvia a ética do discurso a filosofia e a filosofia da libertação em seminários realizados na Alemanha, Mexico, Brazil. Nos programas de debates resultaram seminários interacionais. (idem)
Filosofia da Libertacao e Africa
Tendo como base os pressupostos teoricos da filosofia da libertacao vigente no seu plano de propor solucoes universais, ela concebe a filosofofia como motor que move a sociedade para a sua integracao na social de reconhecimento e na luta das desigualidades.
A Filosofia de libertação é um movimento criado pelos filósofos da América Latina, a partir da realidade da globalização, da exclusão; faz crítica a crise de um sistema-mundo, no qual reflecte conteúdos libertadores do ser humano da periferia, países que tornaram-se vítimas da exploração económica; critica o mito trazido pela modernidade.
 Actualmente o nível das vítimas da globalização é um problema dos povos da periferia. “Dussel, pretende justificar filosoficamente a praxis-libertadora das vítimas e da exclusão no actual processo de globalização: a modernidade chegou a seu fim semeando terror, a fome e a morte entre as vitimas” nesta perspectiva, no contexto Africano/ da periferia enquadra-se  pelo facto de estar a se falar de uma nova forma de exploração da periferia. “Neo-colonialismo[8],” no qual os países estão sendo vítimas da exploração económica, imposição das políticas a partir do centro do sistema-mundo.
Esta forma de aplicar a imposição cultural torna-se público que trata-se de um contexto do início da própria modernidade que levaram com que o encobrimento constitua uma realidade, todavia as análises Antropológicas-Históricas dos povos oprimidos mostram-nos que foram alvos de esvaziamento.
 O mundo da Globalização em que os pobres continuam a aumentar, compreende um sistema-mundo em que há globalizantes e globalizados. Os recursos naturais são fontes da exploração económica em países da periferia. Essas tendências de exploração do sistema-mundo da globalização - exclusão, criam mentalidades da libertação lutando para a inclusão; lutando pela igualdade de direitos, procurando um mundo em que os direitos humanos universais são uma realidade.
O mundo da periferia “Africa” deve estar consciente que a Filosofia toma consciência do inconsciente, dai a necessidade de encontrar métodos para uma libertação filosófica, que parte e começa das vítimas da opressão ocidental do povo Latino-Americano e Africano emergindo a Filosofia da libertação dos oprimidos, das vítimas, dos excluídos e do não desenvolvimento da ciência-tecnológica. 
A ideologia[9] da exclusão tem sido matéria de destaque em Africa, no qual na realidade observa-se uma exclusão política: através da qual na gestão dos Estados são excluídos membros da oposição a assumirem cargos, partindo-se da premissa da desconfiança; exclusão económica: no qual são excluídos os povos da periferia em usufruir os direitos que dela se concede, apesar de relatórios indicarem enorme crescimento, em contrapartida não se reflecte na vida do cidadão, visto que povo que vive nas zonas recônditas encontram-se numa vida precária; exclusão Jurídica: no qual o povo não toma a iniciativa da lei civil, dela concedendo o dever de cumprir, exclusão Histórica: no qual a historia Africana pós-independência é um relato dos governantes e efeitos de um partido, aniquilando na historia homens que fazem parte de referencia da historia Africana por terem sido mais tarde da oposição.
Tendo observado que o espírito da libertação em Africa nasceu desde a presença europeia, a filosofia da libertação, ganha o seu interesse no continente, para a libertação do povo a qualquer nível de exclusão na actualidade, fazendo críticas para a inclusão.
A Filosofia da libertação: Critica a ideologia da exclusão
 Publicada em 1995, teve o seu tomo principal o caráter hermenêutico da realidade actual, na qual o valor da exclusão ganha o seu apogeu com a definição do sistema-mundo, entretanto, ao nível da realidade localizada, existem caracteres de exclusão, pois o seu início reflete-se na vilipendiacão dos outros, dando mais poder aos contextos da teoria da dependência.
Dussel, nesta obra, explica os meios da actual situação colonial (neo-colonização) e denuncia os meios pelos quais somos dominados, criando mecanismos das assimetrias econômicas “a experiência inicial da filosofia da libertação consiste em descobrir o facto opressivo da dominação no plano mundial”. (Dussel, 1995:18)
Em consonância com a presente pesquisa, para refletirmos o facto da exclusão no mundo e no contexto localizado, Dussel reflete a realidade capitalista de ordem vigente, pois para Dussel o Estado do bem-estar capitalista é um Estado de guerra, através da perpetuação da luta para a sobrevivência, ao constatar as novas possibilidades de libertação e ação. (Ibidem: 20). Este paradigma demonstra a crítica que se faz sentir face a exclusão vigente, caracterizada pela opressão e visando a libertação.
Desafios da Filosofia de Libertacao em Africa.
 A África, foi colocada na periferia, tal como outros pontos do mundo, a europa auto-afirmou-se como centro, onde percebe que es possivel colonizar a periferia mentalmente e ate fazer a pilhagem, colocando nela a concepacao de dependencia economica, globalizando o mundo e transferindo tecnologias no seio das realidades concretas. Sera que a Africa esta preparada para se libertar? Não bastou apenas a libertacao politica da ocupacao europeia, mais tambem es necessario que africa fique reflectindo da sua independencia. Todavia,  para Dussel, a filosofia da libertacao deve denunciar as vias de dominacao usadas no nosso seio e posteriormente  levar em consideracao o seu valor.
 O ano de 1960 ficou marcado na História contemporânea como o «ano de África». Entre 1 de Janeiro e 28 de Novembro desse ano, 17 territórios africanos proclamaram a sua soberania política.
O general Charles de Gaulle manifestou-o claramente nas suas memórias, publicadas em 1970: «O problema residia em devolver-lhes a soberania. Eu estava totalmente decidido a isso, pensando, desde logo, que ficariam vinculados a nós em espírito e na prática… A única coisa que porventura havia a fazer era transformar as antigas relações de dependência em vínculos preferenciais de cooperação política, económica e cultural… As minhas simples e sinceras intenções eram conduzir os povos de “França do Ultramar” a disporem de si mesmos e, por sua vez, concertar entre eles e nós uma cooperação directa.»
Nesta concepção, a filosofia da libertação, deve tomar a consciência do inconsciente, com vista a desenvolver o seu caracter e tendência de estabelecer a autonomia, entretanto, os africanos devem situar os seus problemas e denunciar as periferias criadas a nível interno continental, entretanto, a filosofia da libertação, deve fundamentar-se a critica a realidade concreta, tal como a falta de união da hegemonia interna dos africanos, criando entre os africanos uma exclusão social, facto este é caracterizado pela falta de reconhecimento entre os africanos, Ex: a recente crise xenófoba na Africa do sul, revela uma autentica falta de alteridade como totalidade. De que união africana pode-se falar hoje com exclusão regional, procurando auto-afimar-se como potencia dominadora em africa, facto que poderá fazer com que seja novo centro de africa.   
Para Dussel, a filosofia compromete-se com os miseráveis, como trabalho transformador das condições, visando a sua libertação sócio-econômica que impõe a dominação. Entretanto, a miséria da América-latina transcreve-se na sua história. “Na América Latina, entre 1969-1976, a teoria da dependência econômica abria caminhos para criticar assimetrias econômicas isto é, a acumulação de riqueza de um polo é a causa da acumulação da miséria em outro” (Dussel, 1995:25) a semelhanca da realidade africana no que se refere o periodo depois da independencia, a teoria da depndencia economica foi a ideologia mais reinante.
Considerações Finais.
De acordo com o abordado, debve-se perceber que a filoosfia da libertacao pretende uma justica que leve em consideração o outro e não apenas o outrona suia condicao de ser inerpelado como oprimido, portanto, a filosofia de liberação em africa deve jogar o seu papel com vista a romper com a ordem totalizante rompendo com o grito da libertação. Portanto, a africa deve-se opor as tendências de pretender conceber ela como uma periferia, pois o sistema mundo deve ser combatido numa política de alteridade, procurando potenciar a sua realidade e construir a sua história sem que a interferência alheia jogue o papel mais importante.



[1] Filosofo Latino-Americano, posicionado na trans-modernidade e na libertação, que tem o caráter antropológico no contexto da libertação do oprimido, visando o reconhecimento.
[2] (www.enciclopedialivre, 03.02.2015: 12’:22”)

[3] Filosofo Francês, nascido aos 18.11.1882, falecido em 1973 principal expõente do neo-tomismo contemporâneo, centra a sua atenção filosófica em humanismo integral.
[4] Nascido em 27 de Fevereiro de 1913, filosofo francês, catedrático em Filosofia, a sua filosofia é dada no âmbito da hermenêutica, tendo como base na fenomenologia de Hurssel e existencialismo, na filosofia da libertação, interessa ressaltar o seu escrito da simbólica do mal, na sua teoria de interpretação. (Ricouer, 1995: 5)

[5] Filosofo Austríaco, é considerado filosofo do diálogo por suas obras de carácter existencialista, tendo o seu impulso na filosofia social, descrevendo a cooperação entre árabes e judeus, o seu pensamento é característico de uma nova visão humanista contra um mundo em que há habitantes reconhecidos como pobres.
[6] Marx, nasceu na Prússia, entre 1818, filosofo revolucionário, advogado e jurista e descendente de judeus, tendo sido influenciado por filosofia hegeliana de carácter idealista, as suas teses têm sido caracterizada no âmbito d capitalismo e do socialismo, criando a base da doutrina comunista criticou o capitalismo.  
[7] Levinas, filosofo francês nascido em 1905, em Paris, filosofo naturalizado francês, as suas bases de pesquisa filosófica são determinadas nos contextos da fenomenologia de Hurssel e existencialismo de Heidgger, onde elabora a sua filosofia subjetiva e da alteridade.
[8] Forma de colonialismo que se define pelo domínio económico de um pais sobre outros menos desenvolvidos, podendo encobrir cumulativamente a dominação a nível tecnológico, cientifico ou cultural. (dic. Port: 2012:506p)
[9] Sistema de ideias, valores ou princípios que definem uma determinada visão do mundo, orientando a forma de agir de uma pessoa ou de um grupo. 



Bibliografia.

Referencias Bibliográficas.

·         Bibliografias Principais  

DUSSEL, Enrique. A Filosofia da Libertação: Critica a ideologia da exclusão. S. Paulo,
      Edições Paulus, 1995.
______________ O Encobrimento do Outro, Editora Vozes, Petrópolis, 1994.
______________ Ética da Libertação na Idade da Globalização – Exclusão, S. Paulo, Editoras
      Vozes,Petrópolis, 2000.
______________ A Filosofia da Libertação na América Latina, Edições Loyola, São Paulo,
     1986.  
______________ Introdução a Filosofia da Libertação Latino Americana, S. Paulo, Paulus
       editora, 2008.
______________ A Teologia da Libertação: um panorama de seu desenvolvimento, Petrópolis,
      Vozes Editora, 1999.

·         Bibliografias Complementares.

BUBBER, Martin. Eu e Tu, S. Paulo, Editora Moraes, 1974.
CHAUI, Marilena. Convite a Filosofia, São Paulo, Edições Ática, 2000.
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      2004.
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     Mundial, Yale, objectiva editora, 1968
JAPIASSU, Hilton et MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia, 3ª Edição, rev.
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NGOENHA, Severino E. Terceira Questão, Publifiks edições, Maputo, 2015.
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TYLOR, Charles, Argumentos Filosóficos. S. Paulo, Edições Loyola, 2001
Fontes Electrónicas

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