segunda-feira, 21 de setembro de 2015

RACIONALISMO CRITICO DE KARL POPPER

O racionalismo crítico de Popper e a epistemologia pós-popperiana.
Embora se fale de ciência ou de conhecimento científico em geral, a prática mostra que a ciência se desenvolve e se manifesta em diversos domínios autónomos, de tal modo que cada um destes domínios constitui uma ciência. Assim, podemos falar da Física, Biologia, Historia, Matemática, etc. Como sendo ciências autónomas, e, ao mesmo tempo, interdependentes. Portanto, não há uma só ciência, mas diversas ciências que apresentam aspectos comuns, os quais nos permitem classifica-las e agrupa-las. (CHAMBISSE, 2004: 112)
Karl Raimund Popper nasceu em Viena em 1902 e morreu no dia 17 de Setembro de 1994, critico em relação ao neo-positivismo, à Escola de Frankfurt e à filosofia analítica é maior filósofo da ciência do século XX e defensor da sociedade aberta (Estado Democrático). Ele nega o progresso científico considerado como acumulação de conhecimento. Ele diz que a ciência analisa e critica as teorias anteriores, e dá lugar as novas teorias com a nova realidade cientifica. De acordo com Popper a ciência não é acumulativo, pois é feito através das revoluções intelectuais e científicas. A verdade é um ideal regulador, e é nisso que consiste o progresso da ciência, que conheceu obstáculos (epistemológicos, ideológicos, económicos). Popper diz que temos um critério de progresso: uma teoria pode aproximar-se mais da verdade do que outra. Ele defende que o desenvolvimento da ciência conhece momentos de descontinuidade, ou seja, rupturas que separam uma fase da outra. Na ciência uma teoria ou conjunto de teorias funcionam sempre ligadas a um princípio geral (o paradigma). As ciências empíricas são sistemas de teorias. A Lógica do conhecimento científico pode ser apresentada como uma teoria de teorias. (POPPER, 1934:61)
Para Popper uma teoria é valida até o momento em que é refutada, mostrando-se a sua falsidade. Somente a falsidade de uma teoria pode ser provada, mas nunca a sua veracidade. Outro ponto destacado por Popper em suas reflexões sobre o conhecimento científico foi que a mente não é uma «tábua rasa» como pensam os empiristas. Para Popper, não existe observação pura, pois todas as observações são sempre realizadas à luz de pressupostos e de teorias prévias que o cientista traz consigo. E elas se confirmam ou não a partir da sua observação. O racionalismo crítico é a forma mais recente de racionalismo, defende uma razão aberta, porque disponível à crítica, que progride por conjecturas e refutações. Para eliminar os erros das teorias é necessária sujeita-las à refuntabilidadede. Nenhuma teoria pode aspirar a uma validade que não seja provisória. Enquanto resistir a experiencia e observações conduzidas com vistas à sua falsificabilidade, é verdadeira. Nesse sentido, a demarcação entre a ciência e metafísica não se baseia na distinção entre lógica indutiva e discurso especulativo, mas sim no facto de a ciência ser testavel e, como tal, falsificável, enquanto a metafísica não pode ser submetida a testes. A guerra contra a metafísica reduziu a ciência a prática observável. Mas toda a prática observável requer a aplicação de alguma teoria, e esta conjuga se dialecticamente com a experiência numa colaboração entre a razão e os sentidos, tal como defende o construtivismo (Idem)
1.1.Critica ao método indutivo
Segundo Popeer as hipóteses são conjecturas inventadas como tentativas de solução dos problemas. As hipóteses são frutos de esforços criativos, e não resultados de procedimentos rotineiros. Para ele, indicação não existe: não se verifica a indução por repetição. A teoria valida, basta eliminar todas as teorias falsas propostas como solução do problema; mas as teorias propostas para a solução de um problema são, em linha de princípio, infinitas, motivo pelo qual o procedimento da indução eliminatória é inexequível. Portanto, segundo Popper, não existe procedimento indutivo, e a ideia da mente como tábua rasa é um mito. (REAL 2006:142)
Para Karl Popper, a pesquisa não parte de observações, mas sempre de problemas. Um problema é uma expectativa desiludida. Em sua natureza lógica, um problema é uma contradição entre afirmações estabelecidas. A pesquisa, portanto, inicia-se com os problemas; buscamos precisamente a solução dos problemas. E para resolver os problemas, é necessária a imaginação criadora de hipóteses ou conjecturas; precisamos de criatividade, da criação de ideias “ novas e boas”, boas para a solução dos problemas. Ele critica o método indutivo e defende o método dedutivo. No passado o termo “indução” era usado principalmente em dois sentidos: indução repetitiva ou por enumeração; e indução por eliminação. A ideia de Karl Popper é que ambos os tipos de indução caem por terra. Escreve: “ A primeira é a indução repetitiva, que consiste em observações repetidas, observações que derivam fundamentar algumas generalizações da teoria. (Idem)
1.1.2. A demarcação da ciência e não-ciencia
Com o princípio de verificação, os neo-positivistas pretenderam estabelecer uma linha de demarcação entre linguagem sensata e a linguagem insensata. Diversamente dos neo-positivistas, Karl Popper propõe seu critério de falsificabilidade como critério de demarcação entre ciência empírica e não-ciencia: uma teoria pertence à ciência empírica apenas se puder ser desmentida ou falsificada pelos factos. A asserção “chove ou não chove” jamais poderá ser desmentida; ao passo que a proposição: amanha chovera aqui” pode ser desmentida (por um sol que brilha o dia inteiro). Segundo Karl Popper, a pesquisa é impossível sem ideias metafísicas. Do ponto de vista histórico, as ideias que antes flutuavam nas regiões metafísicas mais altas podem ser alcançadas com o crescimento da ciência e postas em contacto com ela, podem concretizar. Poucas teorias metafísicas exerceram maior influencia sobre o desenvolvimento da ciência do que a afirmação puramente metafísica de que existe uma substancia que pode transformar os metais vis em ouro, afirmação que, se não é falsificável, nunca foi verificada e na qual ninguém mais acredita. (CHABISSE, 2004:110/12)
1.1.3. O método científico e as teorias críticas
Todo o método científico se reduz a três palavras: problemas-conjecturas-tentativas de refutação. Popper diz que inventamos teorias para poder resolver problemas; e depois submetemos essas teorias ao controle dos fatos. Dada a assimetria lógica que existe entre verificação e falsificação de uma teoria (milhões de confirmações não tornam certa uma teoria; um facto contrario logicamente a destrói; cem milhões de confirmações não tornam certa a teoria “ todas as madeiras flutuam na agua”; um só pedaço de ébano que é madeira e que afunda – falas a teoria “ todas as madeiras flutuam na agua”), todo controle serio de uma teoria se resolve em uma tentativa de falsifica-la. E a descoberta do erro põe a comunidade cientifica na necessidade de propõe a prova uma teoria melhor do que a precedente, uma teoria com maior poder explicativo e previsível. Karl Popper nega o progresso científico considerado como acumulação de conhecimento. Ele diz que a ciência analisa e critica as teorias anteriores, e dá lugar as novas teorias com a nova realidade cientifica. De acordo com Popper a ciência não é acumulativo, pois é feito através das revoluções intelectuais e científicas.
Segundo ele, a verdade é um ideal regulador, e é nisso que consiste o progresso da ciência, que conheceu obstáculos (epistemológicos, ideológicos, económicos). Popper diz que temos um critério de progresso: uma teoria pode aproximar-se mais da verdade do que outra. Ele defende que o desenvolvimento da ciência conhece momentos de descontinuidade, ou seja, rupturas que separam uma fase da outra. Na ciência uma teoria ou conjunto de teorias funcionam sempre ligadas a um princípio geral (o paradigma). As ciências empíricas são sistemas de teorias. A Lógica do conhecimento científico pode ser apresentada como uma teoria de teorias. (POPPER, 1934:61)
Assim como existem as teorias científicas que respondem a problemas científicos, também existem as teorias filosóficas que respondem a problemas filosóficos: se a ciência pode oferecer teorias certas ou não; se a historia humana tem um sentido ou não; se as teorias se obtêm por indução ou por outro caminho; se os valores éticos são racionalmente fundados ou se e racionalidade das teorias filosóficas apenas se oferecem, ao contrario, a nossa escolha responsável; quais são os fundamentos da democracia; se e valido o determinismo ou então o indeterminismo; se o cérebro esta em grau de expiar a mente; se o futuro e previsível ou não etc. As teorias filosóficas existem; são sensatas; algumas delas são humana e socialmente da máxima importância; de algumas teorias filosóficas brotaram teorias científicas (pense-se no atomismo antigo e na teoria atómica actual). As teorias filosóficas, em todo caso, são filosóficas enquanto não são falsificáveis, todavia, existem teorias filosóficas que são racionais. As teorias filosóficas são racionais quando são criticáveis; e são criticáveis quando podem se chocar contra alguma teoria científica, algum teorema matemático, algum resultado de Lógica ou alguma outra teoria metafísica, aquisição das teóricas na época bem consolidadas e as quais não estamos dispostos a renunciar.
Para Karl Popper o critério de falsificabilidade não é um critério de significância, mas, é um critério de demarcação entre assertivas empíricas e assertivas não empíricas. Entretanto, dizer que uma assertiva ou conjunto de assertivas não é científico não implica em absoluto dizer que ele é insensato. As teorias científicas são e permanecem falsificáveis; e a história da ciência nos apresenta um número muito grande de teorias falsificadas, ao menos à luz do que hoje pensamos saber. Pois bem, as teorias falsas que tratam dos mesmos problemas e que, portanto, resultam confrontáveis. Popper propõe julga-las por meio de um critério de verossimilidade capaz de fazer tomar uma decisão adequada sobre qual seja entre teorias falsificadas a melhor, mais semelhante ao verdadeiro ou menos falsa, mais rica de conteúdo informativo, com maior poder explicativo e previsivo. (REAL, 2006: 147).
1.1.4. Popper contra o historicismo, o materialismo histórico e dialético
Popper critica o historicismo, ou seja, todas as filosofias que pretendem ter captado o sentido da história humana: o futuro não e previsível também porque não são previsíveis os desenvolvimentos da ciência, dos quais depende Contra historicismo, o materialism0 em grande parte a ordem da sociedade. Critica o materialismo histórico enquanto não e verdade que o aspecto económico e sempre determinante no desenvolvimento dos fatos sociais. Critica o materialismo dialéctico, porque, se não por outro motivo, histórico e um erro pernicioso confundir contradição das lógicas e contrastes e o materialismo dialéctico reais. Critica, mais amplamente, o marxismo enquanto, embora tenha nascido como ciência (com suas previrdes controláveis: teria estourado a reevocação nos países mais industrializados, teriam desaparecido as classes medias etc.), por alguns de seus representantes de prestígio foi imunizado pela critica, e terminou como "metafísica cruel". (REAL, 2006: 150)
Na opinião de Popper, as maiores ideias humanitárias são constituídos pela justiça e pela liberdade. Mas ele constrói uma hierarquia em que a liberdade vem antes da justiça, já que, em uma sociedade livre, mediante a crítica intensa e reformas sucessivas, também se poderá caminhar para a justiça, ao passo que, na sociedade fechada, na tirania ou na ditadura, onde não é possível a crítica, a justiça tampouco será alcançada. O racionalismo atribui valor à argumentação racional e à teoria, bem como ao controle com base na experiencia. (REAL 2006:144-146)
O racionalismo pode se acompanhar de uma atitude humanitária, muito melhor do que o irracionalismo, com sua rejeição da igualdade dos direitos. A igualdade diante da lei não é um fato, e sim uma instância política que repousa sobre opção moral. A fé na razão, inclusive na razão dos outros, implica a ideia de imparcialidade, de tolerância, de rejeição de toda pretensão autoritária. (Idem)                

1.1.5. A sociedade aberta e seus inimigos
Marx e, antes dele, Hegel e, na antiguidade, Platão, são inimigos da sociedade aberta. A sociedade aberta e a dirigida por instituição das (regras da democracia) que permitem a convivência do maior numero possível de ideias, de ideologias, A sociedade de valores, do mundo filosóficas ou religiosas. A convivência do maior número possível do mundo e valores aberta diferentes, mas nem de todos: a sociedade aberta e fechada e seus inimigos nas para os intolerantes. Platão envenenou toda a teoria política do Ocidente, ao perguntar: "quem deve governar?" Ele respondeu que os filósofos devem governar (aqueles que conhecem a verdade e que sabem o que e o bem). Depois dele aparecem as mais variadas respostas: devem governar os religiosos, os militares, os técnicos; deve governar esta ou aquela raça, esta ou aquela classe. Pois bem, Popper sustenta que a pergunta platónica é simplesmente irracional; ele nos manda buscar aquilo que não existe: não existe nem um indivíduo, nem um grupo, nem urna classe, nem urna raça que tenham vindo ao mundo com o atributo da soberania sobre os outros.
A sociedade aberta opõe-se a sociedade fechada, que é uma sociedade totalitária, concebida organicamente e organizada tribalmente segundo normas não modificáveis. A sociedade aberta, em contrapartida, baseia-se no exercício da razão humana, como sociedade que não apenas tolera como também estimula no seu interior e por meio de instituições democráticas a liberdade dos indivíduos e dos grupos, tendo em vista a solução dos problemas sociais, ou seja, as reformas contínuas. Nestas, os governados tem a possibilidade efectiva de criticar os seus governantes e de os substituir sem derramamento de sangue e sem que isso signifique que o democrática deva aceitar a ascensão do totalitário ao poder. Popper admite a possibilidade da revolução violeta, a qual só é justificada se for para derrubar um tirano. (IDEM)


Capitulo II
A epistemologia pos-popperiana
2.      Thomas Kuhn e a estrutura das revoluções científicas
Kuhn diz que temos uma revolução científica quando o velho paradigma é substituído por um novo paradigma; o caso exemplar de revolução científica é a coperniciana, m que a concepção geográfica é substituída pela heliocêntrica Kuhn descreve a passagem a um novo paradigma (da astronomia ptolemaica coperniciana, por exemplo) como urna reorienta-se gestaltica: quando abraça um novo paradigma, por exemplo, a comunidade científica manipula o mesmo número de dados que antes, mas inserindo-os em relações diferentes de antes disso, a passagem de um paradigma a outro, para Kuhn, constitui urna revolução científica. Mas e esse um dos problemas mais candentes suscitados por Kuhn como ocorre a passagem de um paradigma para outro? Essa passagem realiza-se por motivos racionais. Pois bem, Kuhn afirma que "paradigmas sucessivos nos dizem coisas diferentes sobre os objectos que povoam o universo e sobre o comportamento de tais objectos". E "precisamente por se tratar de uma passagem entre incomensuráveis, a passagem de um paradigma para outro, oposto se pode realizar com um passo cada vez, nem imposto pela 1ogica ou por uma experiência, neutra.
Como a reorientação gestaltista, ela deve se dar toda de uma vez realizarias de modo nenhum". Assim, talvez Max Planck tenha raiz quando, em sua Autobiografia, fez questão de observar com tristeza que "uma nova verdade cientifica n5o triunfa convencendo seus opositores e fazendo-lhes ver a luz, e sim muito mais porque seus opositores acabaram por morrer, e cresce urna nova geração ela habituada". Para outra realidade, Kuhn afirma que "a transferência da confiança de um paradigma para outra experiência não pode ser imposta pela força". Mas então por que, e em que bases, se verifica essa experiência de conversão? 0s cientistas em particular abraçam um novo paradigma por todo tipo de raízes e habitualmente, por vária raiz ao mesmo tempo. Algumas dessas raízes como, por exemplo, o culto ao sol, que contribuiu para converter Kepler ao copernicanismo encontram-se completamente fora da esfera da clínica. Outras raízes podem depender de autobiográficas e pessoais na nacionalidade ou a reputação anterior do inovador e de seus mestres pode, por vezes, desempenhar papel importante. Provavelmente, a pretensão mais importante posta pelos defensores de um novo paradigma seja a de estar em condições de resolver os problemas que levaram o velho paradigma em crise. Quando pode ser posta legitimamente, essa pretensão constitui frequentemente a argumentação a favor mais eficaz Alem disso, deve-se considerar que, por vezes, a aceitação de um novo paradigma não se deve ao fato de que ele resolve problemas que o velho paradigma não consegue resolver, e sim a promessas que dizem respeito a outros campos. E existem cientista ou um grupo de cientistas a aceitar um paradigma. Entretanto, afirma Kuhn, "nos debates sobre os paradigmas não se discutem realmente suas respectivas capacidades para resolver os problemas, ainda que, com razão, normalmente sejam utilizados termos que a eles se refiram.0 ponto em discussão, ao contrario, consiste em decidir que paradigma deve guiar a pesquisa no futuro, em torno de problemas que, muitas vezes, nenhum dos dois competido responde ainda pretender seja capaz de resolver completamente. E preciso decidir entre formas alternativas de desenvolver a actividade cientifica e, dadas as circunstâncias, essa descrição deve-se basear mais nas promessas futuras do que nas conquistas passadas. (Idem)
2.1. Imre Lakatos e a metodologia dos programas científicos de pesquisa
Para lmre Lakatos (1922-1974) - pensador de origem hungara, depois aluno e sucessivamente colega de Popper na London School of Economica cihcia ,foi e deveria ser uma competição  entre programas de pesquisa rivais. Um programa de pesquisa (por exemplo, o copernicanismo,
o mecanicismo de Descartes ou o de Newton, a teoria evolutiva de Darwin etc.) e constituído por um núcleo central (por exige foi e deveria no caso do copernicanismo, e a ideia de que o sol esta no centro do universo) que se mantém infalsificavel por decisão metodológica, enquanto a heurística negativa indica ao pesquisador anuais caminhos evitar, e a heurística wositiva indica anuais programas caminhos seguir. Pesquisas rivais não devem fazer morrer uma teoria de doença infantil; uma boa teoria tem necessidade de alento para mostrar seu valor.

Eis, então, que a heurística negativa constitui um cinto protector contra fatos que de outra forma feririam o núcleo (o hard-core do programa); enquanto a heurística positiva leva aos desenvolvimentos sucessivos da teoria (por exemplo, o desenvolvimento da teoria heliocêntrica de Copérnico a Galileu, a Kepler e a Newton). Um programa de pesquisa deve ser mantido enquanto e progressivo, se ao menos parte de suas previsões teóricas recebem confirmação, ou seja, se ele consegue predizer algum fato novo. Um programa que corre atrás dos fatos e regressivo ("que fato novo predisse o marxismo, digamos, desde1917?"). (Idem)

2.2. A epistemologia anárquica de Feyerabend
Paul K. Feyerabend (1924-1994), escreveu o texto clássico do anarquismo epistemológico. Feyerabend contesta a existência de um método que "contenha princípios firmes, imutáveis e absolutamente vinculantes como guia na actividade científica". E isso, a seu ver, aparece com toda clareza quando estes princípios por exemplo, os formulados por Popper ou também as regras por Lakatos são colocados em confronto com a efectiva história do método da ciência. Foram e por vezes devem ser violadas, se quisermos progresso na ciência.

O Progressos significativos na ciência aconteceram apenas porque "alguns pensadores ou decidiram não se deixar vincular por certas normas metodológicas "óbvias", ou porque involuntariamente as violaram"; por exemplo, adoptando hipóteses, aceitando hipóteses com menor conteúdo informativo do que outras, ou ate adoptando hipóteses contraditórias. Feyerabend procura confirmações de sua epistemologia anárquica no caso Galileu. Em sua opinião, não se deve pensar em um progresso da ciência dominável ou em todo caso reconstruirei com meios lógicos (teorias incluídas em, excluídas de, ou entrecruzadas com outras teorias), uma vez que as partes mais avançadas e mais gerais da ciência são incomensuráveis. (Idem)


Bibliografia

CHAMBISSE, Ernesto Daniel. A Emergência do Filosofar, 1ª ed., Moçambique Editora, Maputo, 2004
REALE, Giovanni & ANTISERI, Dário. História da filosofia, v. 7: de Freud à actualidade. São Paulo: Paulus, 2006.
POPPER, Karl Raimund. A lógica da pesquisa científica. Editora cultriz, São Paulo, 1934.



1 comentário: