segunda-feira, 21 de setembro de 2015

HERMENEUTICA EM WITTGENSTEIN

Hermenêutica e Linguagem: Ludwig Wittgeinstein.
1.      Vida e Obra.
Wittgeinstein, descendente de uma família mais importante de Vienenses, discípulo de Bertrand Russel em Cambridge, prisioneiro dos italianos no fim da primeira guerra mundial, mestre da escola elementar de 1920 a 1926. Docente de filosofia a partir de 1930 em Cambridge. Influenciou os neopositivistas do círculo de Viena e com pesquisas filosóficas deu enorme impulso a filosofia analítica. Em 1914, com a explosão da segunda guerra mundial, aliou-se como voluntário no exército Austríaco, onde foi preso de Cassino e Libertado em Agosto de 1919. O seu pensamento hermenêutico, encontra-se na sua obra: Tratado Lógico – Filosófico as Pesquisas Filosóficas. (ANTISERI,2006: 207).


2.      Tratado Logico Filosófico[1].
Como foi salientado que o pensamento hermenêutico de Wittgeisntein, encontra-se na sua abordagem do tratado lógico filosófico, dela encontramos teses fundamentais tais como:
·         O mundo é tudo o que acontece;
·         O que acontece, o facto, é existência dos factos atómicos;
·         A representação lógica dos actos é o pensamento;
·         O pensamento é a proposição exacta
·         A proposição é uma função da verdade das proposições elementares;
·         Aquilo que não se pode falar deve-se calar.
No tratado lógico filosófico, o mundo divide-se em factos, mais o próprio facto é divisível: aquilo que acontece, facto é a existência dos actos atómicos, por seu turno, os factos atómicos é constituído pelos factos por objectos simples: aquilo que acontece, facto é a existência dos factos atómicos, os factos atómicos é uma combinação dos objectos, o objecto é simples, os objectos constituem a substância do mundo por isso não pode ser composto. (ANTISERI, 2006: 208)
3.      Realidade e Linguagem
A teoria da realidade em Witgeisntein, tem o carácter da teoria da Linguagem, nesta asserção, a linguagem é uma representação projectiva da realidade. Não fazemos representações dos factos, a representação é um modelo da realidade: nós fazemos um modelo da realidade, o que a representação tem em comum com a realidade para poder representa-la é a forma de representação. Wittgeisntein, diz que a primeira vista não parece que a proposição tenha feito a estampagem da realidade mas a notação musical não parece também representar a música, assim como nossa escritura fonética não parece ser representação da língua falada, visto que esses símbolos revelam o sentido comum da representação daquilo que representa. (idem)
O pensamento ou proposição, representa a realidade e cada elemento constitutivo do real corresponde outro elemento no pensamento. A realidade consta de factos que se resumem em factos atómicos, compostos por seu turno de objectos simples.
A linguagem é formada de proposições complexas (moleculares), que podem ser divididas em proposições simples ou atómicas (elementares), não ulteriormente divisíveis em outras proposições. Estas proposições correspondem aos factos atómicos e são combinações de nomes. O nome é significado, e objecto é seu significado. Ex: Ngoenha é moçambicano, é uma proposição atómica que descreve o facto atómico que Ngoenha é mocambicano. Neste contexto, se abordamos de forma padrão: Ngoenha é moçambicano e Mestre de Castiano. Nesta proposição atómica[2], pode se revelar o verdadeiro ou o falso, sendo como maior entidade da linguagem. 

4.      Parte Mística do Tratado Logico[3].
Wittgeisntein, entende que embora a ciência represente projectivamente o mundo, além da ciência do mundo há verdadeiramente o inexprimível, que é a parte mística, visto que o que é místico não é como o mundo é, mas que ele é.
O sentido do mundo deve-se encontrar fora dele mas que ele é. No mundo tudo acontece como é e como acontece; não há nenhum valor e se houvesse não teria nenhum valor, ainda menos que a ciência respondesse todas as questões, os problemas da vida não seriam todos superados, visto que o problema da vida resolve-se quando se desvanece. (ANTISERI, 2006: 209-210)
5.      Jogos de Linguagem.
Aos jogos de linguagem [4], Logo a prior, define-se a linguagem sendo um conjunto de nomes que designam objectos, as coisas e pessoas unidas pelo espelhar a realidade logica sintáctica constituída por termos como: “e” “o” “Então”.
Concebida a linguagem a este género, compreender se reduz a dar explicações que se resumem em definições ostentivas que postulam toda aquela serie de actos e processos mentais capazes de explicar a passagem de linguagem a realidade, neste contexto, na teoria de interpretação o atomismo e o sentimentalismo estão conjugados. O jogo linguístico da denominação, não é de modo nenhum primário, visto que cada palavra da linguagem designa alguma coisa, Ex: vermelho, não se sabe de que vermelho se refere. Para Wittgeisntein, compreende que aprender a linguagem consiste a conhecer os objectos, isto é, homens, formas, cores, dores, estado de espirito, números e mais. A denominação é a resposta, visto que é uma preparação para o uso da palavra. (ibidem: 312)
6.      A Filosofia como Terapia Linguística.
A linguagem, é um conjunto de jogos de linguagem, o significado de uma palavra é o seu uso, cujo uso tem regra, todavia seguir uma regra é análogo a obedecer a uma ordem: seguir uma regra; fazer uma comunicação; dar uma ordem ou jogar partida de xadrex são hábitos, essas regras são públicas, no sentido em que existe processo de compreender, cujo compreender não é psíquico, mais a linguagem. Os problemas não se resolve mais produzindo nova experiência mais sim ajustando aquilo que já não é conhecido a tempo. (ANTISERI, 2006: 314)
Os problemas filosóficos surgem quando há falta da linguagem, problemas dos quais foram resolvidos quando há falta de palavra tais como: se; objecto; eu; proposição; nome que tentam captar a essência das coisas. A linguagem opera sobre o fundo da necessidade humana determinação de um ambiente humano e como o significado de uma palavra é o seu uso na linguagem, a função da filosofia é puramente descritiva, o filósofo trata uma questão como uma doença com vista a dar a sua terapia, tal como dizia Wittgeisnten: não busqueis o significado mas sim o uso. (Ibidem: 314).
De acordo com abordagem feita, representa-se uma tendência no tratado logico de Wittgeisntein, de caracter hermenêutico, através do qual pretende nos dar a conhecer a necessidade de domínio e uso da linguagem tal como as suas regras dentro do pensamento com vista a determinar o caracter hermenêutico. Isto é, não há hermenêutica sem a linguagem, todavia, toda interpretação passa necessariamente da disposição de compreender a linguagem e por via dela fazer a possível interpretação.
 Bibliografia
ANTISERI, Dario et REALE, Giuvanni. História da Filosofia: de Nietizch a Escola de Frankfurt. 6ª.Ed, Paulus Editora, São Paulo, 2006
www.wikipedia,enciclopedialivre.filosofia.


[1] Foi um dos livros mais influentes do Seculo XX, a sua influência mais consistente foi a que exerceu sobre os neo-positivistas que embora rejeitado a parte mística mais aceitam a sua anti metafisica, retomaram a teoria da tautologicidade das proposições, interpretaram as proposições lógicas como protocolos das ciências empíricas. (ANTISERI, 2006: 209)
Foi um escrito enquanto Wittgeinstein, era soldado durante a 1ª Guerra Mundial, publicou em, Alemão em 1921, teve forte impacto sobre as ciências naturais e humanas, dando impulso ao movimento que ficou conhecido como positivismo lógico. (www.wikipediaenciclopedialivre. 02.05. 2015: 14:17’)
[2] Esta é uma ideia central do tratado lógico filosófico de Wittgeisntein, visto que Bertrand Russel em sua introdução ao Tratados, esclarece esta ideia: “nós podemos explicar dizendo que os factos são aquilo que torna as proposições verdadeiras ou falsas, os factos podem ou não conter partes que são elas os factos: Ex: Samora foi Presidente moçambicano, consiste em dizer em dois factos: Samora foi Moçambicano e Samora foi Presidente”. Um facto que não tenha partes, Wittgeisntein chama de Sachverhlt, um facto atómico e o mundo é constituído complementarmente se forem conhecidos todos factos atómicos.
Uma proposição que represente a verdade ou a falsidade, representa uma proposição atómica, todas proposições atómicas são logicamente independentes uma da outra e toda questão de inferência implica uma proposição molecular. (cit up)
[3] Abordagem da parte mística, surge quando Wittgeisntein pensava que a ciência era tudo, onde se propôs a pesquisar se for da ciência algo de importante, queria saber como era feita a ciência, o dizível da ciência para proteger o infalível, isto é, aquilo que a ciência não pode dizer mais é importante para nós.
[4] Os jogos linguísticos, são inumeráveis, os tipos diferentes de emprego de tudo o que chamamos de “sinais”; “Palavras”; “Proposição”. E essa multiplicidade não algo, fixou algo dado de uma vez para todas, mais novos tipos de linguagem, novos jogos linguísticos.  

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