sexta-feira, 21 de outubro de 2016

RELAÇÕES BILATERAIS ENTRE ESTADOS ASSIMÉTRICOS: Uma Reflexão de Custo – Beneficio.

RELAÇÕES BILATERAIS ENTRE ESTADOS ASSIMÉTRICOS: Uma Reflexão de Custo – Beneficio.

Autor: Armindo Armando (Mestrando em Ciências Politicas e Relações Internacionais, Áreas de especialidade: Politólogo e Diplomata. Licenciado em Ensino de Filosofia vs. Historia. Correio electrónico: armandoarmindo21@gmail.com.   

Resumo.
No presente artigo discutimos em torno das relações bilaterais entre estados assimétricos sob ponto de vista económico, neste âmbito, compreendemos que sempre que há cooperação existe necessidade de cooperação ou seja existe interesse, desta feita, o artigo visa suscitar uma reflexão em torno do custo-beneficio partindo do pressuposto que existe cooperação que visa garantir as relações entre os Estados pois elas não são feitas sob ponto de vista teológico, baseados em caridade, mais sim representa uma tendência de desenvolvimento das estratégias que possam garantir a realidade de cada estado. No contexto actual em que o mundo esta dividido em um sistema Mundo, tal como compreende um Filósofo Latino-Americano: Enrique Dussel (1995), que o mundo esta dividida em sistema tendo o centro e periferia, é evidente que estas assimetrias que originam a teoria da dependência influenciam no âmbito de análise das relações internacionais, portanto, no artigo apresentam analise relativas a contextualização das relações internacionais e a cooperação ou seja, diplomacia.  
Palavras-Chave: Relações Internacionais; Diplomacia; Teoria da Dependência; Estados.

Nota Introdutória.
O presente ensaio-cientifico representa um artigo científico, onde a base principal da nossa abordagem esta relacionada na análise das estruturas que a diplomacia obedece hoje em dia num contexto em que as assimetrias existentes entre estados são bases na medida em que a teoria de dependência é mais assente na cooperação entre Estados Pobres e Estados Hegemónicos, é nesta lógica que com o artigo pretendemos compreender a lógica das relações entre Estados assimétricos; analisar a diplomacia nos Estados Pobres em relação aos Estados hegemónicos mundialmente. Em relações Internacionais a cooperação é mais necessária para que o globalismo seja consentido no âmbito económico e estadual fazendo crescer a economia mundial, é desta feita que as Organizações Internacionais são a base de sustento para que as relações sejam estabelecidas, para abordagem deste artigo recorremos ao método bibliográfico onde priorizamos analise literária e descrição do contexto em estudo. 


Contexto das Relações Internacionais.
Relações internacionais[1], antes de mais nada implicam assistência, é movida pelas nações, esta abordagem é dotada ao ser conceptualizada as relações internacionais como relação interestaduais, relações entre o povo que afectem o poder soberano dos estados baseados na política exterior e o poder das unidades básicas domésticas (Moreira, 2010. p. 38)
As relações internacionais tornam-se o paço de intervenção de ajuda entre estados, ela se caracteriza como estratégia de assistência das dificuldades ou dos interesses que um estado tem para dinamizar as suas politicas internas e politicas externas onde a concordância entre acção externa deve estar correlacionada com acção da politica interna visando valorar hábitos, costumes de um povo que deve ser representado através da diplomacia ao nível internacional através dos seus agentes.
Para Moreira (2010, pp.38 - 39) os agentes das relações internacionais são os Estados, organizações internacionais ou organizações não governamentais nascidas da sociedade civil que colapsam as fronteiras politicas, tais como instituições terroristas, instituições espirituais como Igreja e indivíduos.
As relações internacionais torna a globalização mais um assunto politico e que as consequenciais que a globalização traz também afecta o modo como são feitas as relações internacionais transformando a sociedade internacional para uma comunidade internacional a partir de 1939 a 1945 com o percurso da 2ª Guerra Mundial onde as potencias hegemónicas passaram a impor modos de convivência social em nome do direito internacional[2].  

Diplomacia e Cooperação
A diplomacia é uma das artes desmembradas das Relações Internacionais, visando analisar e praticar o bipolarismo entre Estados, que tem vindo a se observar desde o bipolarismo globalmente conhecido em contextos de mundialização das rivalidades entre os EUA e a URSS. (Moreira, 2010, p. 58)
A diplomacia[3] surge em contextos das abordagens entre Estados, abordagens estes são a base de sustento de cooperacao, ela basea-se nas tendências de representatividade de interesses de uma a nação visando negociar a implementação das políticas nacionais e internacionais com vista a representar a razão do Estado alem fronteiras. A razão baseia-se nas abordagens mais determinantes no que se refere a necessidade de negociar a politica e dinamizar a economia.
Em momentos de recessão económica internacional existe maior tendência de caracterizar a diplomacia como instrumento de estabilidade de um Estado ao nível mundial, neste contexto, a estratégia diplomática é a negociação, através do diálogo que culmina com a cooperação.
As relações internacionais compreendem as relações entre entidades políticas governando um povo que é uma nação e relações entre entidades privadas sujeitas a entidades políticas diferentes assim como as relações entre entidades politicas e entidades económicas que estão dependentes (Moreira, 2010, p.71).
A diplomacia geralmente age através das estratégias de inteligência e de contra - inteligência visando salvaguardar interesses supremos de uma nação, é desta feita que a diplomacia vai ser o garante da política internacional onde o seu contexto de actuação e de execução dando mais ênfase na negociação em respeito a politica internacional como seu instrumento básico.
O diplomata evoca a visão de um ser vestido de calca de fantasia, polanitos, chapéu alto, com modos friamente severos e superiores que escondem o jogo rápido como um relâmpago que orienta o nau do Estado, desloca as pecas no tabuleiro com precisão, infalível, aparece em Washington sem camisa. A diplomacia sincera é coisa impossível com agua seca ou aço de madeira… (Moreira, 2010, p. 75).
A diplomacia é um dos elementos cruciais para a garantia das relações internacionais e da cooperação entre Estados, desta feita, ela vigora na politica internacional passando a ser instrumento do Estado Nacional.
A teoria das relacoes internacionais advogadas por  Kenneth Waltz (1979) solicita que a estrutura sistêmica regida pelo princípio ordenador anárquico por si só traz estabilidade ao sistema visto que não es notoria a existência de um poder supremo dentro do estado visto que determina indiretamente aos Estados um acervo de capacidades de acção.
Neste contexto, Waltz, citado por Rinaldi, (2014) compreende que ele não exclui de sua analiseas relações de assimetria conformadas no nível das unidades em interacção. Para exercer as mesmas funções, os Estados possuem diferentes capacidades, oriundas tanto de meios internos (como desenvolvimento económico, poder militar etc.), quanto de meios externos (como alianças ou enfraquecimento do inimigo). Por outro lado, há limites para a expansão da assimetria, impostos pelos próprios constrangimentos estruturais, impedindo que os Estados cumpram seu objectivo máximo de domínio universal.
As relações internacionais são instrumentos de fazer passar as valorações económicas com vista a garantir o bem-estar das nações que não se simplificam em soma zero nas nações bilaterais, desta feita, existe uma tendência de munir o Estado ou seja o diplomata de responsabilidades de um representante económico na era liberal, nesta afeição são conducentes as necessidades de analise dos impactos de incidência da diplomacia na nação de origem do diplomata. Representação diplomática, implica o desenvolvimento de uma serie de desafios de conquistas visando garantir as diversas despersonalizações políticas, neste contexto é necessário que o diplomata esteja munido de instrumento que potenciam a cooperação e o dialogo no sistema internacional fazendo Marketing internacional das potencialidades estaduais com princípios patrióticos.
Os Estados são formalmente considerados unidades semelhantes pois todos têm a mesma função de garantir sozinhos sua sobrevivência em um sistema anárquico. Entretanto, Waltz (2002, pp , 135 - 156) compreende que os Estados contam com capacidades distintas para exercer tal objectivo, isto é, existem expressivos diferenciais político-militares entre os Estados no que se refere às formas de coerção, ameaça, dissuasão, e, como última possibilidade, de guerra  com vista a assegurar a soberania.
A questão da assimetria internacional, es desenvolvida de forma mais sólida por pensadpres das relacoes internacionais doptados de analise e reflexão internacional:
Para Aron (1985) e Bull (2002) cocebem assimetria internacional segundo a comparação das distintas capacidades de um Estado de impor-se diante dos demais pela força. A assimetria passa a estabelecer uma espécie de hierarquia entre os Estados, na qual os Estados fortes, ou as grandes potências, estão no patamar superior: e ocupam o primeiro plano em termos de poder militar; económico e consequentemente ideológico. Desta feita, a assimetria adopta um papel organizacional do sistema, constituindo seus limites e estabelecendo a posição de cada actor em seu interior ou seja na politica interna. Nesse aspecto, Waltz afirma que, sob condições anárquicas, a distribuição das capacidades deve ser considerada não como uma propriedade particular de cada Estado, mas como uma elemento sistêmico, pois tal distribuição define as relações de subordinação e superioridade no âmbito do sistema: O poder é estimado pela comparação das capacidades de um certo número de unidades. (RINALDI, 2014, P. 17).

Considerações Finais
Actualmente as relações internacionais são adoptadas de critérios de representação de um espaço geoestratégico mundial, desta feita, desde as guerras as relações internacionais estavam munidas de ideologias semelhantes e partilhadas entre as nações, neste âmbito, a politica internacional desenvolve a teoria da dependência em que as assimetrias entre os Estados são vigentes impondo assim a cooperação desproporcionada, portanto as abordagens mais especificas estão manifestadas na tendência de seguir as convenções internacionais sem por em causa a politica domestica com princípios ais aglutinadores da cidadania e patriotismo. Dada a teoria de dependência, em que espaço Moçambique e vários países africanos se encontram numa relação de cooperação em que existem assimetrias estaduais ou entre os actores das relações Internacionais sob ponto de vista da teoria realista? O realismo é concebido como detentor de instrumento de acção que visa potenciar as estruturas políticas quer internas e externas, tal como escreve Pecequilo (2010). É preciso que o caminhar da resposta desta pergunta seja analisada compreendendo que em relações internacionais não existe uma soma zero de cooperação.

Referencias Bibliográficas.
  
DUSSEL, Enrique. A Filosofia da Libertação: Critica a ideologia da exclusão. S. Paulo,
            Edições Paulus, 1995.
MOREIRA, Adriano. Teoria das Relações Internacionais, Principia Editora, 4ª Edição, Cascais,
            2002.
PECEQUILO, Cristina Soreanu. Introdução as Relações Internacionais: Temas, actores e
           Visões, Vozes Editora, São Paulo, 2010.
RINALDI, Patrícia Nogueira. A ASSIMETRIA NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS: Uma
          análise comparativa do conceito para Aron, Bull. Revista de Iniciação Científica da
          Faculdade de FFC, V. 14, n. 1, 2014.
WALTZ, Kenneth. Teoria das Relações Internacionais. Trad. Port. Lisboa: Gradiva, 2002.  



[1] Relações Internacionais como disciplina constitui uma história, ciência, filosofia, arte onde a sua finalidade é de compreender, prever, avaliar e controlar as relações entre estados e das condições da comunidade mundial (Moreira, p. 54).
[2] No direito internacional somos desafiados a reconhecer a comunidade internacional aglutinando assim um grupo social que pertencemos sem distinção identificados através de vida comum, interesse comum.
[3] Diplomacia é a arte de negociação ou conjunto de técnicas que conduzem as relações entre estados. Ela não é uma arte recente de negociação, na antiga Grécia, a diplomacia não tinha tendências d embaixadores, mais sim os registos da diplomacia encontram-se nas negociações que faziam dentro das cidades-estado, onde enviavam uma equipe que pudesse negociar em volta de alguma coisa de interesse publico - grego e os enviados recebiam credenciais baseados na diplomacia aberta onde os enviados declaravam os objectivos das visitas, no Século V, a diplomacia grega estava assente nas ligas e alianças para uso de princípios de declaração da guerra, para fazer a paz, para ratificação de tratados, arbitragem, neutralidade, troca de embaixadores, asilo, extradição, etc. (Moreira, 2010, p. 76). Acção que tem vindo a ganhar notoriedade ate aos nossos dias com perspectivas de acordo com o contexto histórico.

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