RELAÇÕES
BILATERAIS ENTRE ESTADOS ASSIMÉTRICOS: Uma Reflexão de Custo – Beneficio.
Autor:
Armindo Armando (Mestrando
em Ciências Politicas e Relações Internacionais, Áreas de especialidade:
Politólogo e Diplomata. Licenciado em Ensino de Filosofia vs. Historia. Correio
electrónico: armandoarmindo21@gmail.com.
Resumo.
No presente
artigo discutimos em torno das relações bilaterais entre estados assimétricos sob
ponto de vista económico, neste âmbito, compreendemos que sempre que há cooperação
existe necessidade de cooperação ou seja existe interesse, desta feita, o
artigo visa suscitar uma reflexão em torno do custo-beneficio partindo do
pressuposto que existe cooperação que visa garantir as relações entre os
Estados pois elas não são feitas sob ponto de vista teológico, baseados em
caridade, mais sim representa uma tendência de desenvolvimento das estratégias que
possam garantir a realidade de cada estado. No contexto actual em que o mundo
esta dividido em um sistema Mundo, tal como compreende um Filósofo Latino-Americano:
Enrique Dussel (1995), que o mundo esta dividida em sistema tendo o centro e
periferia, é evidente que estas assimetrias que originam a teoria da dependência
influenciam no âmbito de análise das relações internacionais, portanto, no
artigo apresentam analise relativas a contextualização das relações
internacionais e a cooperação ou seja, diplomacia.
Palavras-Chave:
Relações Internacionais; Diplomacia;
Teoria da Dependência; Estados.
Nota Introdutória.
O presente
ensaio-cientifico representa um artigo científico, onde a base principal da
nossa abordagem esta relacionada na análise das estruturas que a diplomacia
obedece hoje em dia num contexto em que as assimetrias existentes entre estados
são bases na medida em que a teoria de dependência é mais assente na cooperação
entre Estados Pobres e Estados Hegemónicos, é nesta lógica que com o artigo
pretendemos compreender a lógica das relações entre Estados assimétricos;
analisar a diplomacia nos Estados Pobres em relação aos Estados hegemónicos
mundialmente. Em relações Internacionais a cooperação é mais necessária para
que o globalismo seja consentido no âmbito económico e estadual fazendo crescer
a economia mundial, é desta feita que as Organizações Internacionais são a base
de sustento para que as relações sejam estabelecidas, para abordagem deste
artigo recorremos ao método bibliográfico onde priorizamos analise literária e
descrição do contexto em estudo.
Contexto das Relações Internacionais.
Relações
internacionais[1],
antes de mais nada implicam assistência, é movida pelas nações, esta abordagem é
dotada ao ser conceptualizada as relações internacionais como relação
interestaduais, relações entre o povo que afectem o poder soberano dos estados
baseados na política exterior e o poder das unidades básicas domésticas
(Moreira, 2010. p. 38)
As relações
internacionais tornam-se o paço de intervenção de ajuda entre estados, ela se
caracteriza como estratégia de assistência das dificuldades ou dos interesses
que um estado tem para dinamizar as suas politicas internas e politicas
externas onde a concordância entre acção externa deve estar correlacionada com acção
da politica interna visando valorar hábitos, costumes de um povo que deve ser
representado através da diplomacia ao nível internacional através dos seus
agentes.
Para
Moreira (2010, pp.38 - 39) os agentes das relações internacionais são os
Estados, organizações internacionais ou organizações não governamentais
nascidas da sociedade civil que colapsam as fronteiras politicas, tais como instituições
terroristas, instituições espirituais como Igreja e indivíduos.
As relações
internacionais torna a globalização mais um assunto politico e que as
consequenciais que a globalização traz também afecta o modo como são feitas as relações
internacionais transformando a sociedade internacional para uma comunidade
internacional a partir de 1939 a 1945 com o percurso da 2ª Guerra Mundial onde
as potencias hegemónicas passaram a impor modos de convivência social em nome
do direito internacional[2].
Diplomacia e Cooperação
A diplomacia é
uma das artes desmembradas das Relações Internacionais, visando analisar e
praticar o bipolarismo entre Estados, que tem vindo a se observar desde o
bipolarismo globalmente conhecido em contextos de mundialização das rivalidades
entre os EUA e a URSS. (Moreira, 2010, p. 58)
A diplomacia[3]
surge em contextos das abordagens entre Estados, abordagens estes são a base de
sustento de cooperacao, ela basea-se nas tendências de representatividade de interesses
de uma a nação visando negociar a implementação das políticas nacionais e
internacionais com vista a representar a razão do Estado alem fronteiras. A
razão baseia-se nas abordagens mais determinantes no que se refere a
necessidade de negociar a politica e dinamizar a economia.
Em momentos de
recessão económica internacional existe maior tendência de caracterizar a
diplomacia como instrumento de estabilidade de um Estado ao nível mundial,
neste contexto, a estratégia diplomática é a negociação, através do diálogo que
culmina com a cooperação.
As
relações internacionais compreendem as relações entre entidades políticas
governando um povo que é uma nação e relações entre entidades privadas sujeitas
a entidades políticas diferentes assim como as relações entre entidades
politicas e entidades económicas que estão dependentes (Moreira, 2010, p.71).
A diplomacia
geralmente age através das estratégias de inteligência e de contra - inteligência
visando salvaguardar interesses supremos de uma nação, é desta feita que a
diplomacia vai ser o garante da política internacional onde o seu contexto de actuação
e de execução dando mais ênfase na negociação em respeito a politica
internacional como seu instrumento básico.
O
diplomata evoca a visão de um ser vestido de calca de fantasia, polanitos,
chapéu alto, com modos friamente severos e superiores que escondem o jogo
rápido como um relâmpago que orienta o nau do Estado, desloca as pecas no
tabuleiro com precisão, infalível, aparece em Washington sem camisa. A
diplomacia sincera é coisa impossível com agua seca ou aço de madeira…
(Moreira, 2010, p. 75).
A diplomacia é
um dos elementos cruciais para a garantia das relações internacionais e da cooperação
entre Estados, desta feita, ela vigora na politica internacional passando a ser
instrumento do Estado Nacional.
A teoria das relacoes internacionais advogadas por Kenneth Waltz (1979) solicita que a estrutura
sistêmica regida pelo princípio ordenador anárquico por si só traz estabilidade
ao sistema visto que não es notoria a existência de um poder supremo dentro do
estado visto que determina indiretamente aos Estados um acervo de capacidades
de acção.
Neste contexto, Waltz, citado por Rinaldi, (2014)
compreende que ele não exclui de sua analiseas relações de assimetria
conformadas no nível das unidades em interacção. Para exercer as mesmas funções,
os Estados possuem diferentes capacidades, oriundas tanto de meios internos
(como desenvolvimento económico, poder militar etc.), quanto de meios externos
(como alianças ou enfraquecimento do inimigo). Por outro lado, há limites para
a expansão da assimetria, impostos pelos próprios constrangimentos estruturais,
impedindo que os Estados cumpram seu objectivo máximo de domínio universal.
As relações
internacionais são instrumentos de fazer passar as valorações económicas com
vista a garantir o bem-estar das nações que não se simplificam em soma zero nas
nações bilaterais, desta feita, existe uma tendência de munir o Estado ou seja
o diplomata de responsabilidades de um representante económico na era liberal,
nesta afeição são conducentes as necessidades de analise dos impactos de incidência
da diplomacia na nação de origem do diplomata. Representação diplomática,
implica o desenvolvimento de uma serie de desafios de conquistas visando
garantir as diversas despersonalizações políticas, neste contexto é necessário que
o diplomata esteja munido de instrumento que potenciam a cooperação e o dialogo
no sistema internacional fazendo Marketing internacional das potencialidades
estaduais com princípios patrióticos.
Os Estados são formalmente considerados unidades
semelhantes pois todos têm a mesma função de garantir sozinhos sua
sobrevivência em um sistema anárquico. Entretanto, Waltz (2002, pp , 135 - 156)
compreende que os Estados contam com capacidades distintas para exercer tal objectivo,
isto é, existem expressivos diferenciais político-militares entre os Estados no
que se refere às formas de coerção, ameaça, dissuasão, e, como última
possibilidade, de guerra com vista a
assegurar a soberania.
A questão da assimetria internacional, es
desenvolvida de forma mais sólida por pensadpres das relacoes internacionais
doptados de analise e reflexão internacional:
Para Aron (1985) e Bull (2002) cocebem
assimetria internacional segundo a comparação das distintas capacidades de um
Estado de impor-se diante dos demais pela força. A assimetria passa a
estabelecer uma espécie de hierarquia entre os Estados, na qual os Estados fortes,
ou as grandes potências, estão no patamar superior: e ocupam o primeiro plano
em termos de poder militar; económico e consequentemente ideológico. Desta feita,
a assimetria adopta um papel organizacional do sistema, constituindo seus
limites e estabelecendo a posição de cada actor em seu interior ou seja na
politica interna. Nesse aspecto, Waltz afirma que, sob condições anárquicas, a
distribuição das capacidades deve ser considerada não como uma propriedade
particular de cada Estado, mas como uma elemento sistêmico, pois tal
distribuição define as relações de subordinação e superioridade no âmbito do
sistema: O poder é estimado pela comparação das capacidades de um certo número
de unidades. (RINALDI, 2014, P. 17).
Considerações Finais
Actualmente as relações
internacionais são adoptadas de critérios de representação de um espaço geoestratégico
mundial, desta feita, desde as guerras as relações internacionais estavam
munidas de ideologias semelhantes e partilhadas entre as nações, neste âmbito,
a politica internacional desenvolve a teoria da dependência em que as
assimetrias entre os Estados são vigentes impondo assim a cooperação
desproporcionada, portanto as abordagens mais especificas estão manifestadas na
tendência de seguir as convenções internacionais sem por em causa a politica
domestica com princípios ais aglutinadores da cidadania e patriotismo. Dada a
teoria de dependência, em que espaço Moçambique e vários países africanos se
encontram numa relação de cooperação em que existem assimetrias estaduais ou
entre os actores das relações Internacionais sob ponto de vista da teoria
realista? O realismo é concebido como detentor de instrumento de acção que visa
potenciar as estruturas políticas quer internas e externas, tal como escreve
Pecequilo (2010). É preciso que o caminhar da resposta desta pergunta seja
analisada compreendendo que em relações internacionais não existe uma soma zero
de cooperação.
Referencias Bibliográficas.
DUSSEL,
Enrique. A Filosofia da Libertação:
Critica a ideologia da exclusão. S. Paulo,
Edições
Paulus, 1995.
MOREIRA,
Adriano. Teoria das Relações
Internacionais, Principia Editora, 4ª Edição, Cascais,
2002.
PECEQUILO,
Cristina Soreanu. Introdução as Relações
Internacionais: Temas, actores e
Visões,
Vozes Editora, São Paulo, 2010.
RINALDI,
Patrícia Nogueira. A ASSIMETRIA NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS: Uma
análise comparativa do conceito para
Aron, Bull. Revista de Iniciação Científica da
Faculdade de FFC, V. 14, n. 1, 2014.
WALTZ,
Kenneth. Teoria das Relações
Internacionais. Trad. Port. Lisboa: Gradiva, 2002.
[1] Relações
Internacionais como disciplina constitui uma história, ciência, filosofia, arte
onde a sua finalidade é de compreender, prever, avaliar e controlar as relações
entre estados e das condições da comunidade mundial (Moreira, p. 54).
[2] No
direito internacional somos desafiados a reconhecer a comunidade internacional
aglutinando assim um grupo social que pertencemos sem distinção identificados
através de vida comum, interesse comum.
[3]
Diplomacia é a arte de negociação ou conjunto de técnicas que conduzem as relações
entre estados. Ela não é uma arte recente de negociação, na antiga Grécia, a diplomacia
não tinha tendências d embaixadores, mais sim os registos da diplomacia
encontram-se nas negociações que faziam dentro das cidades-estado, onde
enviavam uma equipe que pudesse negociar em volta de alguma coisa de interesse
publico - grego e os enviados recebiam credenciais baseados na diplomacia
aberta onde os enviados declaravam os objectivos das visitas, no Século V, a
diplomacia grega estava assente nas ligas e alianças para uso de princípios de declaração
da guerra, para fazer a paz, para ratificação de tratados, arbitragem,
neutralidade, troca de embaixadores, asilo, extradição, etc. (Moreira, 2010, p.
76). Acção que tem vindo a ganhar notoriedade ate aos nossos dias com
perspectivas de acordo com o contexto histórico.